Capítulo 4

Seis e meia da manhã o sol estava bem alto no céu, surgindo por detrás dos edifícios altos, a frente do bairro de Marise.

O brilho do sol refletia nos painéis de vidro superior dos arranha-céus, fazendo um grande reflexo no horizonte.

Marise se levantou e então notou que seu rosto estava molhado. Ela passou a ponta dos dedos e os observou, o quarto já se mantinha claro , pelo reflexo da claridade lá fora, mesmo com as venezianas fechadas.

Ela sentou ao notar que era sangue, sentou rápido e olhou para seu travesseiro, comprovou ser realmente sangue, mais que rápido ela se levantou, abriu as janelas e correu para o espelho em sua parede se observar.

Uma mulher não muito magra ,cabelos loiros escuros e compridos, rosto pálido e todo sujo com requisitos de sangue , alguns já secos e um recente molhado.

Seu nariz estava sujo de sangue como suas bochechas, a dor de cabeça havia parado. Ela sabia, ou melhor desconfiava que a dor tinha algo a ver com o sangue, fazia algumas semanas que não se sentia bem, mas não poderia ter a luxúria de contar.

Foi até a cama retirou as fronhas de seus travesseiros e os lençóis da cama, abriu a porta com cautela, olhou os dois lados dos corredores e correu ao banheiro, fez isso tudo cauteloso, para que seu pai não descobrisse, ela não sabia o que teria acontecido, mas não contaria a seu pai, ele nunca iria permitir que ela viajasse se desconfiasse que a sua filha estaria doente.

Deixou as roupas de cama no canto da pia do banheiro, abriu a torneira e lavou o rosto antes de tomar um banho e se vestiu pegou as roupas sujas junto com os lençóis e a fronha e os levaram a lavanderia, jogou tudo na máquina, e a colocou para funcionar.

Assim que acabou de arrumar sua cama, seu pai se aproxima da porta e antes que ela note, ele bate na porta mesmo que esteja meio aberta.

Ela se vira para trás com um pequeno susto por quase te sigo pega, seu pai nota porém não desconfia do que seja.

— Pronta para prepararmos um último café juntos!? — Marise sorri com satisfação, e logo triste ,ela nunca ficou longe de casa, longe do pai.

—Sim, vamos! Ah e temos que preparar bife a parmegiana para a gulosa da Bianca que logo virá almoçar com a gente. —ela disse dando um abraço no pai, que logo a olhou com semblante de surpresa.

—Ela não vai despedir da família? —Marise o olhou com um olhar de tristeza.

E chegando na cozinha se sentiu tonta, mas antes que o pai percebesse, ela segurou na cadeira e virou se para o pai

—O pai dela não aceitou. E pior de tudo cortou todas despesas, ele quer que ela assuma a empresa da família já que o irmão se tornou médico e independente.

—Mas que absurdo! — falou ele irritado. —Então vamos fazer o melhor bife a parmegiana que ela poderia comer .

Marise sorriu e já melhor da tontura, foi preparar o café.

***

Bianca ainda dormia quando seu celular tocou, às sete da manhã.

Ligação on

—Pai!! —disse ela surpresa.

—Sim, espero que já esteja pronta para que meu motorista a pegue. — a voz dele era neutra um tanto até confiante sem demonstrar raiva, mas indiferença.

—Pai como eu e Lucas te dissemos não vou, eu tenho outros sonhos…

—Não faça que eu mesmo a busque, Bianca. — Bianca ficou branca, e passando a mão pelo rosto se sentou na cama.

—Pai, o que você poderia fazer pior que já fez?

—Não me teste filha…

—Filha, agora sou sua filha! — ela se levantou da cama, brava. —Escuta pai amanhã eu e Lucas vamos aí para resolvermos esta pendência que diz que temos com a vossa excelência, mas hoje não posso. — Ela desliga o telefone antes que seu pai possa falar mais alguma coisa.

Ela ia para casa de Marise mais tarde, mas como já estava em pé mesmo, resolveu se arrumar.

A noite tinha sido maravilhosa, o Rodrigo a levou a um quarto de hotel maravilhoso, e lá ele a levou à loucura.

Estava com sono depois de três vezes, mas voltou para casa, deixando o homem dormir.

E agora tinha que se despedir da amiga.

***

Marise estava lavando a louça quando escutou o barulho do carro de Bianca.

Logo ficou feliz e triste, dois sentimentos conflitando no peito da garota.

A partir de amanhã sua vida tomaria um rumo diferente, assim ela sonhava pensativa, porém ela não esperava a surpresa que o destino iria lhe proporcionar.

Assim que Bianca entrou sem pedir licença, já acostumada, José Augusto lhe deu um abraço e um beijo no pequeno rosto da morena.

Ela sorriu e retribuiu o abraço.

—Meu pai me ligou. —os dois donos da casa a olharam com um olhar de ternura e se sentaram perto dela após ela se sentar.

Eles não disseram nada, mesmo que Marise pipocava por perguntas, esperou o tempo de Bianca para contar o motivo.

—Ele queria que eu fosse a firma hoje. Mas não posso trabalhar do lado do homem que deveria ter me amado me protegido, isso … —Marise abraçou a amiga. E Bianca enxugou uma lágrima.

— Mas como eu e Lucas combinamos, vamos juntos, ele não quer que eu vá sozinha. —Bianca se levantou. — Mas nada de falar coisas tristes, vamos fazer que o melhor dia seja hoje…

—Até você conseguir vim até a mim, certo! — Marise disse tirando um sorriso do rosto de seu pai.

Bianca então procurou algo para comer , já que não tinha comido em casa.

Comeu os restos de pão que tinha na mesa, e tomou uma xícara de chá que Marise tinha feito de canela. Pois sabia que Bianca adorava.

Ela ajudou ambos a fazer almoço e como engraçadinha que era sujou todos na cozinha de propósito com um jogo divertido.

Mais tarde, ela verificou a mala de Marise e ajudou ela a refazer.

—Marise por acaso você é uma noviça? Você colocou só roupa sem graça na mala.

Ela pegou as roupas que tinha dado à amiga e guardou na mala.

—E que sinto vergonha, sou muito magra. — disse passando a mão pelo corpo.

—Nada disso, você só não tem as mesmas gostosuras que eu, mas não quer dizer que não seja gostosa. — Bianca a virou e a fez rodar o corpo.

Marise sentiu sua cabeça doer novamente, e temeu que saísse sangue novamente, então, levantou a cabeça para cima e segurou o nariz.

—O que tá fazendo Marise? —perguntou Bianca curiosa. —Por acaso é alguma magia ?! — disse divertida.

Marise sorriu, mas não respondeu.

Hora de ir, José Augusto segurava as lágrimas, e Bianca já chorava feito neném.

Ela combinou de levá-los e depois trazer José Augusto, do aeroporto.

—Bianca se continuar com essa choradeira , não vai dar para nós levar.

Bianca no mesmo momento segurou o choro.

—Não , eu vou nem que seja amarrada.

—Eu não vou querer ser sua cobaia enquanto dirige amarrada. — Sr Augusto diz pegando as malas levando para o carro, enquanto ria.

—Vamos antes que você cumpra a promessa. —Bianca e Marise caíram na gargalhada após ver a cara de José.

—Esperem já volto! —Marise subiu para pegar mais remédio, e decidiu tomar mais um, sua dor de cabeça estava muito forte, e ela quase que nem conseguia mexê-la.

Assim que entrou no carro tentou disfarçar, mas seu pai já notava algo, olhando-a pelo retrovisor.

—Sente algo filha?

Bianca virou na direção de Marise, e também notou que o rosto dela estava muito pálido.

—E me…

—Não sinto nada, não se preocupem, vocês dois e só ansiedade, estou muito nervosa. —ela disse falando com os dois.

—E a primeira vez que saio para fora e ainda mais de avião.

Ambos tentaram acreditar na desculpa que Marise dera.

Ao chegar no aeroporto, Bianca estacionou o carro, e ao saírem José foi buscar o carrinho para colocar as malas.

Marise se sentia tonta , e assim que se aproximou pra deixar as malas no embarque, eis que Bianca viu que a amiga ia cair e gritou pelo José Augusto:

—Tio!!! —José Augusto também percebeu e os dois a seguraram, mais por um pouco ela caia no chão, Bianca estava em suas costas e José ao seu lado direito.

—O que você tem minha filha?? —perguntou com a voz embargada pelo choro.

Ela não havia desmaiado, mas não conseguia formular uma resposta.

Seu nariz começa a dar sinais de sangue.

E Bianca ficou em desespero.

— O senhor dirigi? Temos que levá-la no meu irmão! —Bianca se levantou segurando forte pelos braços enquanto Augusto pegava as chaves do carro entregue pela Bianca.

—Não tenho mais carta, mas consigo dirigir , me diz onde seu irmão está?

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Comments

Jakeline Souza

Jakeline Souza

obra incrível da minha amiga Ny/Drool/

2024-06-10

1

Ezanira Rodrigues

Ezanira Rodrigues

Se estivesse no avião, o avião teria que retornar e isso afetaria o horário de vôo.

2024-04-10

1

ARMINDA

ARMINDA

AINDA BEM QUE PASSOU MAL ANTES DE VIAJAR.🤔🤔🤔🤔🤔

2023-04-14

2

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