Capítulo 1

Lucas Lima Mendes, estava parado silenciosamente sentado em sua cadeira em frente a sua mesa, na penumbra das sombras de seu consultório, iluminado somente por um pequeno abajur em cima da mesa, que iluminava só suas mãos segurando os laudos de um paciente com pancreatite, dê logo coçou seus olhos com os dois dedos, o indicador e o dedão, a canseira chegou novamente. Há dois dias não dormia direito fazendo plantão, já que o médico que era seu parceiro ficou doente. Lucas riu com a possibilidade de um médico ficar doente, jogou os papéis na mesa, afastou a cadeira e se virou para a janela, levantou, abriu a janela para que um pouco da ventilação de fora entrasse, não gostava de ar condicionado, apoiou seus ombros na batente da grande janela, virado para a rua o corpo inteiro estava tenso e os olhos castanhos cansados, forçava a vista, varrendo a rua solitária pelo horário. Levantou o braço e a manga de seu jaleco, verificou as horas 3:20 da madrugada . Nenhuma emergência, mais de meia hora, resolveu descansar um pouco, na área mais tranquila do hospital. Fechou a janela pegou o seu celular em cima da mesa, o colocou no bolso de sua calça e pegou as chaves, abriu a porta e quando foi trancar.

- Lucas, homem! Ainda! - disse uma mulher, loira, magra e alta. Ela sabia que ele estava trabalhando, naquela noite, nas duas noites na verdade, e durante o dia de hoje, ele era muito bom no que fazia e sabia que amava seu trabalho, porém ela sabia que ele precisava descansar. Tinha mandado o ir descansar às quatro horas, atrás.

- Não te disse que dava conta de tudo sozinha. - ela sorriu, porém ele não retribui o sorriso da chefe.

Meire Cesar Alencar era diretora do hospital Casulo. Ele imaginava bem como ela dava conta, dando em cima dos pacientes ou mesmo seus colegas enfermeiros, tanto que ela nem soube do Senhor que chegou com a pancreatite inflamada. Sabia bem como como ela conseguiu esse cargo.

Lucas franziu a testa:

- Se me der licença, tenho que descansar um pouco! Irei embora como combinado, só às 8 horas da manhã. - ele coçou seu nariz e saiu caminhando, ela cruzou os braços e o observava caminhar, retirou um de seus braços e o levou um dedo da boca o mordendo a ponta, balançou o pé direito.

Lucas entrou na sala, respirou fundo, soltou o ar lentamente, deitou na maca retirou seu sapatos com os próprios pés, tirou o celular do bolso e verificou muitas mensagens, de sua mãe e irmã, ele não precisava ler sermões e outra de mulheres perguntando quando ele estaria livre ou quando que poderia ter outro encontro.

Tentando fazer com que o corpo relaxasse, abandonou o celular no pequeno criado-mudo ao lado da maca. Mas não conseguia dormir, ao fato de tomar vários copos com cafés e energéticos e quando se viu, estava novamente na janela espiando o céu ao longe, os pequenos raios de sol nascentes no horizonte dando sinal de seu glamour.

A tranquilidade da cidade às vezes o assustava. Lucas sabia que quando estava calma demais o mau estava matutando para o próximo passo, ele não estava errado, logo de longe, escutou sirenes que a cada segundo o som era mais forte, até avistar se aproximando mais do que depressa, ele fechou a janela e foi para área de emergência.

Seu consultório ficava no quinquagésimo andar, ele pegou o elevador e desceu a recepção, onde os paramédicos já chegavam com corpo todo cheio de sangue, o transferiram para a maca.

- O que houve?- Lucas perguntou já ajudando a empurrar a maca.

- Acidente de carro pelo visto alcoolizado a polícia logo virá buscar o laudo.- Lucas assentiu .

Minutos depois de fazer o socorro e dar os remédios devidos, agora na sala de raio-x, verificou que pela sorte o homem teve somente duas costelas quebradas e o ombro deslocado fora os arranhões.

- Já retiraram o sangue para os exames?- Lucas perguntou assim que uma enfermeira entrou, uma mulher linda nos seus 48 anos negra, na estatura média.

Ela se virou para ele:

- Já sim, doutor!- diz enfaixando o dorso do homem dormindo, depois de uns tranquilizantes.

- Ótimo!- Lucas olhou o relógio no topo da parede, já eram quase 6 horas da manhã a porta foi aberta.

- Lucas como é teimoso! - Meire diz entrando.

- Poisé Meire, e onde estava a senhora que me liberou, mas não veio atender o paciente?!?- Lucas disse irritado, pensando que provavelmente estaria pegando um homem por aí.

- Ninguém me comunicou. - Disse com um sorriso presunçoso.- Fiquei sabendo somente agora. Vim te avisar que já arranjamos um médico para substituir o cargo do Dr Valadares.

Lucas agradeceu aos céus em silêncio, adorava trabalhar, cuidar dos pacientes, mas uma coisa era não ter horário para descansar.

- Então eu já vou indo, e se vemos amanhã. - Diz colocando as mãos no bolso do jaleco.

- Não, senhor, nada disso, pegue folga. Suzana ficará encarregada. E além disso o novo médico chegará a qualquer momento. Está tudo sobre controle agora.- Ela mexia suas mãos olhando suas unhas esmaltadas de cintilante. Balançando o pé esquerdo.

Ele assentiu com um leve balançar de cabeça, retirou a mão do bolso, pegou seu estetoscópio, colocou em seu pescoço e se retirou.

- Cintia você poderia me enviar por e-mail os resultados do exame quando sair...- disse parando na batente da porta, mas Meire o interrompeu.

- Nada disso! Quando digo folga, senhor Lucas, é folga .- Ela repousou a mão no ombro de Cintia. - Não o mande nada. - ela ri e assenti .

- Quero te ver só na quinta! - ele se retirou, foi ao seu consultório, guardou os seus equipamento médico na maleta, pegou as chaves e o celular verificando, ligação perdida de sua mãe. Resolveu ligar:

- Lucas, por Deus, meu filho! Vai morrer trabalhando.- Antes dele mesmo falar um oi, sua mãe já fala eufórica do outro lado da linha. Lucas somente ri.

- Mãe sou médico! Esse é meu trabalho.- destravou o carro e entrou no Onix plus, jogou sua maleta no banco do passageiro.

- E meu filho, mas se continuar desse jeito, não vai ter disposição de ajudar mais ninguém.- ele conectou o celular com o aparelho do carro.

- Mas mãe a senhora, não ligou somente por isso ligou?!- desconfiado, perguntou acionando o botão de partida e com a mão no volante, saindo do estacionamento, olhando os retrovisores, com ouvidos atentos em sua mãe.

- Bem, filho me preocupo por ti, mas realmente não é só isso, seu pai marcou uma reunião para hoje à noite, na casa dele com você e sua irmã.- Lucas franziu o seu rosto, a notícia o pegou desprevenido, havia anos que não falava com seu pai, depois da briga por ele não querer se envolver nos negócios da família, foi a gota d'água para ele, nisso ele aproveitou e jogou umas verdades na cara do pai.

Um homem presunçoso , frio e calculista, abandonou a família quando o Lucas tivera 12 anos e sua irmã Bianca 10. Sua mãe ficou arrasada. Foram anos de terapia, todo cuidado que ela teve, foi graça os filhos, que tinham um amor eterno por ela.

A paixão de ser médico, surgiu dos cuidados, a querer ajudar as pessoas não só fisicamente, mas emocionante também, para tratar o que um acidente pode provocar, seus traumas.

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Comments

Ezanira Rodrigues

Ezanira Rodrigues

Vamos ver o que sairá desta reunião.🤔🤔🤔

2024-04-10

1

ARMINDA

ARMINDA

QUE CHEFE É ESTÁ FOGO ALTO🤪🤪🤪🤪🤪🤪

2023-04-14

4

ARMINDA

ARMINDA

LUCAS É MUITO RESPONSÁVEL COM O SEU TRABALHO . GOSTEI DO PLANTO ,MESMO DESORGANIZADO 🤪🤪🤪🤪🤪🤪

2023-04-14

2

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