05

LUCAS KING

O trabalho foi intenso nos dias seguintes.

Ao lado de Sophia conseguimos concluir várias pautas importantes, uma delas era a compra de um terreno muito valioso para a expansão de nossa fábrica de cosméticos;

Reuniões intermináveis.

Me afogando em papéis e relatórios.

No fim do expediente estávamos exaustos.

- Vou visitar nosso sobrinho, você vem?

Sophia pegava a sua bolsa na cadeira e me olhou aguardando uma resposta.

Eu disse:

- Já fui muito inconveniente com Henrique, ainda me sinto envergonhado pelo estado em que ele e Diana me viram. Não sou o melhor irmão do mundo.

- Bêbado?! Quem nunca se sentiu deprimido e precisou afogar as mágoas no álcool que atire a primeira pedra. Essas coisas acontecem Lucas. Uns bebem, outros vão a academia, uns pulam de Bungee jumping...

- Sim. Eu sei... Só que meu estado não era dos melhores.

- Ora! Lucas deixe de bobagem, eu e Henrique praticamente te vimos nascer, ajudamos a limpar coco de seu bumbum, acha mesmo que chegar bêbado na porta dele foi pior do que limpar sua bund@. Venha vamos ver nosso irmão. Somos família.

- Ta bem eu vou. Não tem como discutir com você.

Não queria discutir com Sophia.

Me levantei e fui acompanhando-a até a saída.

Sophia me deixou dirigir o seu carro um Porsche 911 Carrera vermelho, não é diferente do meu um Porsche 911 Turbo na cor preta, aquilo corre igual a velocidade da luz.

Dirigir é um dos meus hobby favoritos.

Chegamos em pouco tempo na casa de Henrique.

Fomos recebidos por Diana que estava com meu sobrinho Gael no colo, ela abriu um largo sorriso ao nos ver. Eu fiquei um pouco a acanhado, sabia que ela tinha me visto bêbado e isso me fez ficar com vergonha.

Diana deu Gael a Sophia que ficou jogando o sobrinho no ar, ele ria sem parar.

Gael é uma criança muito sorridente.

Eu não soube como agir, queria ser exemplo para o meu sobrinho e acabei deixando minhas dores tomarem conta e comecei a beber. Ainda bem que Gael e um bebê e não pode me ver bêbado.

De repente Diana se pós a minha frente e apenas com um gesto me desestruturou.

Ela me abraçando, disse:

- Não fique assim Lucas, você nunca perderá minha admiração e respeito.

Eu fiquei sem palavras a mulher era incrível.

Enfim eu pude relaxar. Tanto que meus ombros caíram.

Meu irmão teve muita sorte ao encontrar Diana, ou ela o achou... bem os dois se acharam!

Fico feliz que ela seja minha cunhada.

- Vem vamos nos sentar.

Falou ela.

Diana pediu uns petiscos, e sucos.

Ficamos ali brincando com Gael, enquanto aguardamos Henrique chegar em casa.

Diana nos contou das travessuras de Gael e que a cada dia ele estava mais esperto.

Meu sobrinho e um verdadeiro King, demonstrando sua natureza.

Ouço um barulho de motor e logo depois Henrique entra.

Assim que ele adentrou na sala disse:

- É meu aniversário e eu não sabia?!!!

Fala num tom brincalhão.

Sophia é a primeira a se pronunciar.

- Fala sério! Eu preciso de motivos plausível para ver meu sobrinho? E família?

- Não querida irmã, Você será sempre bem-vinda.

Henrique se aproxima dela e lhe da um beijo na testa, Sophia ainda esta com Gael no colo, Henrique também beija o filho.

Depois ele vai até a esposa e a beija.

Por último ele vem até mim e bagunça meu cabelo, como se eu ainda fosse um moleque de doze anos.

Diana e Sophia engajam uma conversa de mulheres, e Henrique me olha.

- Então como vai a empresa?

- Bem, estamos em meio a uma transação importante a compra de um terreno, queria muito a sua ajuda para revisar os termos do contrato.

- Será um prazer ajudar. Eu ainda tenho ações das empresas da família lembra!!

Ele ri e eu esboço um pequeno sorriso.

Diana e Sophia conversavam animadamente distraídas com Gael.

Henrique nota a minha preocupação e sussurando diz.

- Algo te preocupa?

Olho pelo canto do olho para ter certeza que as meninas não estão ouvindo.

- Eu acho que vi uma pessoa.

- Quem?

- Erika.

ESTRELA / ERIKA

Estou em meu quarto sozinha me preparando para mais uma noite.

Antigamente quando era no bordel a área de preparação era compartilhada com várias meninas.

No dia que fui enviada pra lá pelos meus raptores fiquei assustada, precisando me segurar muito para não entrar em desespero. Aquela noite foi minha estreia, assim que chamaram eu queria fugir dali, mas fui obrigada a me deitar com um desconhecido que nem foi gentil comigo, sendo minha primeira vez.

Só consegui resistir ao nojo porque cantarolava uma música na minha cabeça. Fui instantaneamente transportada de um quarto sujo e barato, com um homem abusando de mim para um lugar de paz e tranquilidade ao som da música na minha mente.

Quando acabou de me usar ele saiu e eu nem notei. Então todas as vezes eu cantava na mente ignorava a onde estava e o que esta a fazendo.

Mais hoje essa música cessou. Estrela e movida pelo ódio, pela raiva do mundo.

Pego minha bolsa e saio do quarto.

Assim que chego ao pé da escada vejo Vicente.

- Sua carruagem está pronta minha bela.

Eu reviroo os olhos.

- Vamos logo Vicente.

- Seja gentil com o seu nobre servo.

- Esse servo fala demais, se estivéssemos na idade média sua língua seria cortada.

- Uiiiii as garras estão pra fora Estrela.

Abro a porta do carro e entro.

SOPHIA KING

- Amanhã você irá me acompanhar?

Me pergunta Diana enquanto troca a fralda do meu sobrinho Gael.

Diana quer que eu vá com ela ao médico, para realizar alguns exames. Eu não queria ir.

Sei que o médico dela é um homem irritante, um abusado que fica com aquela cara de homem sedutor: O sorriso meio torto a voz timbrado e o corpo bem definido. Dr Gustavo.

Que pensamentos aleatórios são esses?

Do nada.

Deletando.

Então estou evitando ir com ela.

- Eu não sei se posso cunhada, há muito trabalho.

- Mais será rapidinho, prometo não tomar muito o seu tempo Sophi. hem?

Ela faz aquela cara de pedinte.

Tenho que suportar ver o homem bronco e irritante de novo.

- Ta bom Diana vou te acompanhar.

- Obrigado cunhada.

Ela termina de vestir o Gael e voltamos para a sala.

________________________________