Apenas Lana

Apenas Lana

Lana pensou que se tratava de mais um truque, não deveria criar ilusões pois tinha coisas mais urgentes para se preocupar.

O jovem Sr. Ionesco seguiu para seus aposentos levando a garota em seus braços. Ao cruzar com a governanta no corredor solicitou que a mesma preparasse um banho para Lana, aproveitando a oportunidade para colocá-la a par de suas decisões.

— Abigail, essa jovem estará ao meu lado de hoje em diante, prepare um banho para ela e depois liberte as moças que ainda estão no calabouço.

— O Senhor desistiu de procurar a culpada Milorde? — Indagou surpresa.

— Meu pai certamente, iria preferir que eu não perdesse a chance de conhecer uma mulher e ser feliz com ela... devo seguir adiante. — Declarou decidido.

Os criados trouxeram a banheira e toalhas limpas para os aposentos de David. A governanta preparou o banhou com muito cuidado, colocou essência de jasmim na água e também providenciou sais de banho e óleos aromáticos.

Em seguida, tratou de ir libertar as jovens criadas que ainda se encontravam na masmorra. Estranhamente, elas optaram por não partir, acreditavam que ir embora seria uma confissão de culpa e ambas tinham a consciência tranquila, permanecer no castelo e seguir servindo o filho do Sr. Costel seria a maior prova de sua inocência.

Lana pediu para se banhar sozinha, o vampiro acreditou que se sentia envergonhada e queria privacidade, no entanto, após tantas caçadas sendo a isca para atrair andarilhos o corpo da jovem era um campo de batalha onde não faltavam escoriações e marcas de todos os seus combates.

Se realmente ela e seu inimigo tivessem relações, seria inevitável que ele admirasse seu corpo. Poderia inventar uma desculpa? Poderia pedir para manter as luzes dos candelabros apagadas? Todavia de que isso iria adiantar? Como criatura as trevas, era capaz de enxergar durante a mais completa escuridão e não seria um empecilho.

A jovem demorou-se no banho, primeiro porque precisava se preparar para enfrentar ter mais uma vez seu corpo violado e segundo porque estava exausta e aquele banho era imensamente agradável, poderia facilmente se acostumar com todos esses luxos. Todavia tinha um propósito para estar ali e não deveria amolecer perante toda aquela amabilidade, nem se vender por um pouco de conforto. Não estava mais acorrentada com cadeados e grilhões, mas ainda era prisioneira.

Quase uma hora depois, David bateu na porta perguntando gentilmente:

— Moça... já terminou seu banho?

A caçadora já estava ali a muito tempo e não tinha mais como adiar seu encontro com o vampiro. Com urgência, levantou da banheira, se secou e rapidamente deitou na cama ocultando sua nudez sob os lençóis.

— Sim... já pode entra senhor.

— Devo me apresentar corretamente senhorita.... Me chamo David de Ionesco, herdeiro do Marquês Costel de Ionesco. — Disse ele fazendo uma reverência.

— Me chamo Lana... mas não sei meu sobrenome... — Respondeu se dando conta que não era ninguém, se o vampiro sugasse seu sangue até última gota, alguém choraria sua morte?

— Apena Lana está bem... vou providenciar algo para vestir. — Afirmou beijando delicadamente a mão da jovem.

O andarilho abriu o guarda roupas e lhe ofertou uma de suas camisas.

— Perdoe-me.... Eu não tenho mãe e meu pai nunca se casou, por isso, não tenho roupas femininas a disposição.

— Essa camisa há de servir, obrigado. — Respondeu em poucas palavras.

O vampiro virou de costas para que a jovem pudesse se vestir. Em seguida, no limite entre a timidez e a ousadia, deitou-se sobre ela e iniciou seu cortejo, acariciou e beijou cada centímetro de seu corpo que não estava coberto por suas vestes, sentindo o doce aroma do jasmim. Os olhos fechados e a falta de luminosidade no quarto não permitiram visualizar suas incontáveis marcas de combate.

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