Donzela De Sangue

Donzela De Sangue

A Aprendiz

A Aprendiz

Lana caminhava sem rumo pelas ruas do vilarejo, estava suja, magra e faminta. Lentamente, seus pés descalços a conduziram até a casa onde os aldeões lhe indicaram ser a cede do Clã Van Alene, afamados caçadores de vampiros. Apesar da pouca idade, havia em seu coração um enorme desejo de vingança que florescia e criava grossas raízes.

Quase sem forças, bateu na porta aguardando que alguém viesse abri-la. Poucos minutos depois, uma bela mulher veio atendê-la. Era Mirela, esposa de Ungur, Gram Mestre do Clã Van Alene, que ao ver uma menina tão pequena na sua frente, acreditou que a mesma estava buscando por comida.

— Está com fome, minha querida? Quanto anos você tem? — Perguntou a mulher de forma cortês, avaliando a criança, que aparentava não ter mais do que três ou quatro anos.

— Já tenho seis anos! E quero ser treinada para matar vampiros! — Respondeu de forma agressiva.

A jovem senhora ficou sem resposta por alguns breves instantes, olhando aquela pequena menina pálida e maltrapilha. Decidiu por fim lhe ofertar algo para comer, depois pediria a sua criada que lhe desse um banho. Acreditou que se ela estivesse limpa e alimentada abandonaria essa ideia insana.

Lana aceitou os cuidados oferecidos, porém, não pretendia voltar a traz em sua decisão, durante os dois anos que perambulou pelas ruas do povoado vivendo de esmolas e da caridade alheia, seu único desejo era ser treinada como caçadora de vampiros para dizimá-los da face da terra.

Devido a toda sua coragem e determinação, o líder do Clã resolveu aceitá-la como recruta. Apesar de sua pouca idade, dia após dia a jovem garota mostrou uma garra incomparável e uma imensa vontade de ser reconhecida e promovida. Em pouco tempo destacou-se dos demais consideravelmente e em apenas 5 anos conseguiu alcançar o almejado posto de aprendiz. Era uma jovem extremamente competitiva e determinada. Com o passar dos anos ia colecionando desafetos entre seus próprios colegas de caça. Lana era a única garota do grupo, não tinha medo de nada e parecia ter um ódio pelas criaturas das trevas muito maior do que os outros aprendizes.

Os meninos que deveriam ser seus amigos tornaram-se seus rivais, o sentimento de companheirismo e irmandade deu lugar ao ódio e a inveja. Aurel Hate, o garoto mais velho do grupo, sem dúvida alguma, era seu maior inimigo. Sentia uma raiva descomunal toda a vez que Lana obtinha algum êxito e queria se vingar dela de alguma forma. Acreditava que ela o ofuscava, pois todos os olhares e elogios do Mestre Van Alene eram apenas direcionados a ela. Esses sentimentos ruins foram crescendo com o passar dos anos, tornando-se terrivelmente insuportáveis.

Quando a jovem completou 13 anos, o Mestre lhe ofertou pela primeira vez um papel de destaque em uma importante missão, ela seria a isca, com isso a ira de seu adversário finalmente explodiu. Ele estava decidido, após a caçada terminar, poria em pratica seu plano, tornaria a vida dela um inferno e a faria pagar por ofuscá-lo e por sempre superá-lo em todos os quesitos.

Lana trajava uma camisola branca sensual e seu sangue virginal seria usado para atrair e dizimar um covil de andarilhos que estava abrigado em um celeiro. Para forçá-los a sair de seu esconderijo, um dos rapazes passou uma navalha no lábio inferior da jovem fazendo o sangue fluir abundantemente.

— Agora implore por ajuda... seja convincente, pareça frágil, mas não fraqueje! Nós iremos lhe dar cobertura. — Decretou um dos caçadores oficiais.

— Por favor... alguém me ajude... — Balbuciou a jovem chorando de forma teatral.

Poucos instantes depois, uma figura sombria se esgueirou do celeiro sibilando entre as prezas:

— Eu vou ajudá-la jovenzinha... me acompanhe...

— Eu torci meu tornozelo senhor... — Respondeu suplicante.

— Então vou carregá-la... — Prometeu exibindo os caninos.

O vampiro se inclinou dando a entender que a pegaria no colo, porém estava pronto pra mordê-la ali mesmo na relva. Distraiu-se acabou por se tornar um alvo fácil do grupo de caçadores, sendo alvejado por inúmeras flexas com ponteira de prata e seu corpo sem vida foi ocultado atrás das árvores. Após ouvir seus

gritos enquanto agonizava, um garoto saiu do celeiro angustiado.

— Irmão? Onde você está? Moça... você viu pra onde foi o meu irmão? — Perguntou ele se aproximando.

— Não sei... por favor me ajude... — Implorou estendendo os braços na direção do garoto.

O jovem andarilho também se inclinou em sua direção, mas repentinamente recuou... muito assustado.

— Moça... se afaste desse celeiro... você está sangrando...

A garota não conseguiu entender o porquê de um vampiro se preocupar com ela, porém não teve a chance de sua dúvida ser esclarecida. Não houve piedade em relação ao andarilho, mesmo se tratando de um garoto, ele também foi alvo das flexas dos caçadores. Com a morte do jovem, o ninho ficou totalmente desprotegido, os aprendizes invadiram o celeiro e dizimaram as mulheres sem esboçar nenhum remorso.

Lana foi muito bem sucedida em sua primeira grande missão, estava orgulhosa de seu desempenho e recebeu inúmeros elogios do Mestre e dos demais caçadores veteranos do Clã Van Alene. O reconhecimento pelo ótimo trabalho enfureceu profundamente Aurel, que no mesmo instante resolveu que era chegada a hora de dar o pontapé inicial em seu plano de destruir completamente a sanidade de sua rival. Começando por puni-la sem misericórdia, pondo a prova sua resistência física, sua capacidade de suportar as piores torturas e enfrentar toda a sorte de humilhações inimagináveis.

Retornaram ao quartel general e todos se recolheram aos seus alojamentos. Como a jovem é a única garota aprendiz, Lana tinha um pequeno quarto só para ela. Estava muito cansada, faria sua higiene e em seguida iria dormir, porém Aurel e um novato estavam em seus aposentos, aguardando seu retorno.

— Aurel? O que faz aqui? — Perguntou surpresa.

— Você deve se dirigir a mim como Sr. Hate, Srta. Lana... — Afirmou soberbo.

— Que seja: “O que faz aqui Sr. Hate?” — Perguntou atrevida.

— Eu vim pessoalmente parabenizá-la por sua brilhante atuação de hoje minha cara... — Afirmou ele sorrindo de uma forma cínica.

Lana ia expulsá-lo do quarto quando de repente ele a agarrou pelo pulso e a arremessou na cama, seu rival desejava aproveitar aquela oportunidade para lhe ofertar sua merecida recompensa.

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Comments

Rosária 234 Fonseca

Rosária 234 Fonseca

então ela era usada como uma isca 🙄😐

2023-11-16

1

Marfisa Torres Ferreira

Marfisa Torres Ferreira

eita que essa história parece boa

2023-08-15

1

~ෆLivyeෆ~

~ෆLivyeෆ~

É aquela frase: A inveja Mata

2023-07-03

1

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