Eu nunca quis viver por muito tempo, mas... Mesmo se eu quisesse eu não conseguiria... Eu tenho câncer e apenas dez dias.
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Hoje começa a contagem regressiva. Não sei por que, mas por algum motivo eu realmente quis ir ao terraço do hospital. Ainda bem que tive essa vontade. Em sete anos eu finalmente conheci alguém novo. Ele é gentil, engraçado, bonito é seu nome é Jack. Jack... É como do Titanic... Será que ele está aqui para me salvar?...
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Segundo dia. Jack veio me visitar, ficamos por horas conversando coisas sem sentido. Eu contei sobre o por que que estou no hospital é meu tempo de vida... Ele não falou nada, apenas caminhou até mim é me abraçou... Mas, isso foi melhor que qualquer palavra que ele tivesse me falado.
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Terceiro dia. Depois de imploramos muito para a senhora Michele, ela finalmente deixou nois darmos uma volta fora do hospital. Eu sinto o vento em meus cabelos, eu ouço os pássaros cantarem, eu vejo as crianças brincarem, eu estou feliz. Depois de sete anos sozinho, apenas esperando meu dia de morrer, eu estou feliz. Muito feliz...
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Quarto dia. Eu mal consegui dormir, meu coração está agitado e minha respiração frenética, eu fiquei pensando por horas e acho que finalmente descobrir o que está acontecendo comigo. Eu estou apaixonado. Eu estou apaixonado pelo Jack.
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Quinto dia.
— Eu gosto de você.
Jack falou com um sorriso, que por um segundo, sem nem sequer pensar, eu iria responder sim. Mas eu logo murchei.
— Eu apenas tenho cinco dias. Você está realmente disposto a me amar?
Desviei o olhar apreensivo, logo, sentindo a amo dele tocar a minha, o que me olhar para Jack que ainda sorria para mim.
— Não importa se é cinco dias ou cinco anos, eu te amo Pierry. E quero te amar por esse cinco dias. Até o final.
Sorrir franzindo o cenho. Esse é o nosso primeiro dia de namoro. Eu estou realmente feliz.
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Sexto dia. Eu Rir da piada sem graça de Jack, que por algum motivo mesmo sem graça, me fazia rir. Limpei meus olhos que lacrimejaram, franzindo o cenho com um pequeno sorriso... Pela primeira vez em sete anos... Eu realmente... Quero viver...
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Setimo dia.
— Essa é a minha irmã que eu te falei Pierry, a Jessie.
Eu olhei para a pequena que sorriu, caminhando rapidamente para perto da minha cama. Ela logo levantou uma das sombrancelhas, olhando para os aparelhos em mim.
— Você está doente?
Confirmei com a cabeça enquanto sorria.
— Então quando você melhorar podemos ir brincar no parque perto da minha casa?!
Ela falou empolgada com ideia, me fazendo rir e logo acariciar seus fios cacheados.
— Claro.
Eu respondi sorrindo enquanto fechava os olhos. Mesmo sabendo que não poderia satisfazer seu desejo.
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Oitavo dia. Meu corpo doeu, doeu a noite toda. Mas eu estava feliz, pela primeira vez eu não estava só, alguém ao meu lado me abraçava sempre que eu chorava e apertava a minha mão com medo de soltar. Acordei na manhã seguinte sorrindo, vendo Jack segurar minha mão forte enquanto dormia. Beijei sua testa de leve, sorrindo fraco. Eu não quero dizer adeus...
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Nono dia. Eu estou fraco, mas mesmo assim riu das piadas sem graça de Jack que finge não saber que apenas tenho mais um dia de vida. É como brincar de casinha.
— Podemos ir para praia amanhã?
Ele franziu o cenho, suspirando fraco.
— Tem certeza?
Confirmei com a cabeça e ele logo sorriu.
— Então sim. Podemos.
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Décimo dia.
Olhavamos o pôr do sol com um sorriso enquanto dávamos a mão.
— Jack...
Ele sussurrou um baixo ‘Sim’ Sem desviar o olhar do sol.
— Você vai me esquecer?
Escorei a cabeça no seu ombro, logo, sentindo uma acaricia na mesma de leve.
— Nem se eu quisesse.
Sorrir franzindo o cenho. De repente, sentir minha respiração fraca, meus batimentos lentos. Suspirei já sabendo, fechei meus olhos lentamente ainda sorrindo.
— Eu te amo...
Falei, suspirando enquanto sorria. Minha mão afrouxou o aperto e Jack olhou para a mesma.
— Eu queria ter te amado mais...
Jack falou, com uma lágrima solitário logo pingando na areia seca da praia. Escorou a cabeça na de Pierry sorrindo. Esses foram os seus melhores dez dias, os melhores e únicos que fará questão de nunca esquecer...
E não, essa estória não está sendo contada pela Pierry – Bom, não completamente – e sim por mim, Jack. Eu espero que essa pequena carta chegue a outras pessoas, que a leiam e pensem no Pierry, não como uma pessoa doente e fraca, e sim, como uma pessoa alegre, que queria viver, e... Como meu primeiro e último amor...
Eu sinto sua falta Pierry...
FIM.
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