Era uma vez, em uma cidade colorida onde o real e o absurdo se misturavam, um garoto chamado Oflotsa. Ele era diferente. Desde pequeno, Oflotsa não seguia as regras da física ou da lógica — ele tinha o raro dom da ToonForce, o poder dos desenhos animados: elástico, imortal, impossível. Se ele caísse de um penhasco, só virava uma panqueca por dois segundos antes de inflar de novo. Se queria escapar de um problema, desenhava uma porta no ar e simplesmente saía andando.
Mas por trás dos risos, havia algo mais sério. Ele morava com sua família em uma grande torre chamada Omlet Arcade, uma mistura de casa e empresa que cuidava de transmissões ao vivo, jogos e inovação. Oflotsa era o mascote não-oficial dali, sempre pulando entre os andares como se o chão fosse feito de mola. Seus pais trabalhavam lá. Era seu lar.
Só que a paz durou pouco.
Numa noite estranhamente silenciosa, enquanto Oflotsa dormia flutuando no teto (porque ele podia), uma luz roxa começou a vazar dos servidores da Omlet. Algo deu terrivelmente errado. Um vírus digital real — uma criatura feita de código corrompido — saiu dos sistemas e começou a consumir tudo, distorcendo a realidade ao redor. A Omlet Arcade começou a desmoronar como se fosse feita de papel molhado.
Oflotsa acordou com um barulho que parecia um desenho antigo engasgando. Ele correu para salvar seus pais, mas a força do vírus era algo... diferente. Não era apenas destrutiva. Ela quebrava a lógica da ToonForce. Onde antes ele poderia se multiplicar ou puxar um martelo gigante do bolso, agora... nada funcionava.
Ele viu sua família presa no alto da torre, cercada pela distorção digital. Tentou alcançá-los, mas o vírus o empurrou com uma risada glitchada:
"Nem seus poderes de palhaço salvam eles agora..."
Naquele instante, Oflotsa sentiu algo que nunca havia sentido: limite.
A Omlet Arcade colapsou em uma implosão silenciosa, sumindo do mapa e da memória de quase todos.
Quase.
Oflotsa sobreviveu. Sozinho. Sem risadas. Sem elasticidade infinita.
Mas com um novo objetivo:
Descobrir a origem do vírus.
Reconstruir a Omlet Arcade.
E talvez, um dia, reverter o tempo e salvar sua família, mesmo que precise desafiar a lógica do universo inteiro.
E ele sabia de uma coisa:
Se o mundo real não queria seguir as regras da Toontown...
Ele ia reescrever esse roteiro.
Depois da queda da Omlet Arcade, Oflotsa vagou por terras distorcidas e lugares esquecidos da realidade. Sem sua família, sem um lar, e com seus poderes de ToonForce instáveis desde o ataque do vírus, ele andava por cidades pixeladas, florestas que falavam em código binário e desertos onde os relógios derretiam. Mas a esperança ainda brilhava em seus olhos de desenho animado.
Ele queria vingança. Ou, no mínimo, respostas.
Certo dia, ao atravessar uma ponte flutuante feita de bits, Oflotsa sentiu um estalo no ar. Um choque. Como se o mundo tivesse espirrado eletricidade. E então ele apareceu...
Codico18d9
Metade raposa, metade humano, com uma pele amarela que parecia feita de luz líquida, olhos que piscavam como códigos de erro, e garras que faiscavam ao tocar o chão.
Um ser que parecia ter saído diretamente de uma falha de software.
Um agente do vírus? Um guardião? Ou algo pior?
— “Você devia ter ficado no passado, Oflotsa…” — disse Codico18d9, sua voz como o som de um modem antigo quebrando vidro.
Sem esperar, Oflotsa invocou seu martelo gigante de borracha, o RisoGolpe 9000, e partiu pra cima. Mas algo estava errado.
Codico desviava com movimentos rápidos, elétricos. Com um gesto, lançou uma descarga que fritou o martelo e jogou Oflotsa contra uma parede invisível.
Oflotsa tentou invocar uma banana explosiva. Nada. Tentou inflar como balão. Falhou.
Codico18d9 o entendia. Sabia como neutralizar a ToonForce.
A batalha terminou com Oflotsa estirado no chão, com faíscas dançando por seu corpo elástico.
— “Seu tempo acabou. Você é um bug. Um rabisco fora da margem.” — sussurrou Codico, sumindo numa explosão de pixels.
Derrotado, mas não destruído
Oflotsa acordou horas depois, com o corpo em preto e branco, sem cor. Sua ToonForce estava quase morta. Mas ele ainda respirava. E dentro dele, uma coisa nova nascia: determinação real.
Pela primeira vez, ele entendeu: não bastava ser engraçado. Não bastava pular as regras.
Ele precisava evoluir. Treinar. Entender seu poder.
Codico18d9 era só o começo.
O vírus que destruiu a Omlet Arcade ainda estava lá fora.
E enquanto seu coração batesse — mesmo desenhado — Oflotsa voltaria mais forte.
Após a luta contra Codico18d9, Oflotsa vagava por um mundo cada vez mais instável. A sua cor voltava aos poucos, como se o próprio universo estivesse repintando ele com calma. A ToonForce ainda tremia dentro de seu corpo, mas havia algo novo: foco.
No meio de uma planície pixelada e escura, onde os céus eram feitos de barras de carregamento travadas, ele encontrou uma figura estranha:
Um NPC velho, de aparência low-poly, com voz falhada e olhos bugados, mas com um olhar... vivo.
— "Você é Oflotsa, né?" — o NPC falou com um sotaque digitalizado.
— "O último sobrevivente da Omlet Arcade. Tava esperando por você..."
Oflotsa, desconfiado, estreitou os olhos.
— "Quem é você?"
O NPC se apresentou apenas como Patch.
Ele explicou que existia uma cidade mítica dentro da rede, chamada Discord.
Não era só um lugar — era um hub gigante, formado por milhares de servidores e comunidades, onde dados de todos os mundos da internet se encontravam.
Mas o mais importante:
No centro de Discord havia um portal.
Um portal secreto, escondido entre memes, emojis e bots inativos, que levava direto para o Mundo Real.
— "Esse portal... pode ser sua única chance de sair da prisão digital e talvez... reverter o desastre da Omlet Arcade."
Oflotsa ficou em silêncio.
Se havia um caminho para o mundo real, talvez ele pudesse encontrar os restos físicos da Omlet, descobrir a origem do vírus — ou até achar resquícios da sua família, presos entre os dois mundos.
Mas Patch avisou:
— "O caminho até Discord é longo. Protegido por filtros, firewalls e... moderadores corrompidos. Sem falar que Codico18d9 provavelmente sabe do seu plano."
Oflotsa respirou fundo e puxou sua mochila, desenhando uma nova versão do RisoGolpe 9000, agora com uma tomada na ponta e uma tela de radar no cabo.
— "Então tá decidido. Vou pra Discord. E se aquele portal realmente existir... eu vou atravessar."
Uma nova jornada começa
Com Patch ao seu lado, guiando pelas trilhas esquecidas da rede, Oflotsa passou por:
• O Deserto dos Cookies, onde rastros digitais ganhavam vida e tentavam te seguir pra sempre.
• A Nuvem Negra, infestada de pop-ups hostis que atacavam com janelas infinitas.
• O Fórum Abandonado, onde comentários antigos sussurravam verdades e mentiras ao mesmo tempo.
A cada passo, ele sentia sua ToonForce se ajustando, evoluindo. Não era mais um poder de palhaço: era um modo de existência.
E assim, ao longe, entre luzes de neon e sons de notificação...
Ele viu.
Uma cidade colossal, feita de servidores flutuantes, emojis em neon, arranha-céus com hashtags girando no topo:
DISCORD.
E lá dentro, no centro de tudo…
o portal para o Mundo Real o esperava.
Mas Codico18d9 também.
A cidade de Discord era tudo o que Oflotsa jamais imaginou — e talvez exatamente o que ele precisava.
Arranha-céus com avatares flutuando como hologramas, ruas digitais onde bots vendiam itens de pixel e moderadores voavam em naves de notificação. Tudo pulsava com a energia caótica de milhares de vozes, mensagens e arquivos. Era confuso, intenso… mas vivo.
Assim que chegaram ao portão principal, Patch, o velho NPC que o guiara por tanto tempo, parou.
— "Minha missão termina aqui, garoto. O resto é com você."
Oflotsa tentou convencê-lo a ficar, mas Patch apenas sorriu, virou código e desapareceu em partículas de logout.
Sozinho de novo, Oflotsa vagou pelas ruas da cidade. Sua roupa ainda era feita de traços de desenho, mas agora seu olhar carregava peso. E propósito.
Ele observava. Aprendia. Absorvia as regras malucas daquele novo ambiente digital.
Mas foi numa área chamada "Servidor Livre #218", uma zona marginal de Discord, que algo chamou sua atenção.
Gritos que nem o mundo virtual podia esconder
Numa viela escura, entre prédios piscando como bugs visuais, Oflotsa ouviu vozes — não mensagens, vozes reais.
Uma garota, de cabelo preto com as pontas loiras, pele cintilante e olhos cheios de medo, estava encurralada. O namorado dela — um ser grande, glitchado, com ódio nos olhos — a agarrava com força, gritando palavras pesadas, infectadas de poder tóxico.
Ela chorava. Mas ninguém fazia nada.
No mundo digital, muitos só mutam a dor. Fingem que não ouviram.
Mas Oflotsa ouviu.
E ele não era mais o mesmo.
A escolha
Ele hesitou. Os poderes ainda estavam instáveis. Ele já perdera uma luta. Já perdera tudo.
Mas então lembrou do que Patch disse:
"Às vezes, mudar o mundo não começa com um portal. Começa com uma escolha."
Ele avançou.
— “Ei! Solta ela... agora.”
O abusador se virou e riu.
— “E o que o palhacinho vai fazer? Me atirar uma torta na cara?”
— “Não. Vou te mostrar o que acontece quando alguém risca os limites de um desenho animado com coragem de verdade.”
A luta: coração vs poder tóxico
Oflotsa usou a ToonForce como nunca.
Não como uma piada, mas como defesa. Justiça. Cura.
Ele inflou como escudo. Transformou seus braços em molas para desviar dos ataques do abusador glitchado. Criou clones de si mesmo que falavam verdades. E por fim, invocou uma placa de “STOP – RESPEITO OBRIGATÓRIO”, batendo com ela na mente distorcida do agressor.
Com um último golpe de humor e fúria, Oflotsa explodiu o glitch emocional do inimigo, que caiu no chão, seus dados se desfazendo em vergonha e falhas.
A garota tremia. Mas estava livre.
Ela olhou para Oflotsa, surpresa.
— “Você… é um desenho?”
— “Sou o que for preciso pra proteger quem não consegue mais sorrir.”
Ela sorriu pela primeira vez em dias.
Seu nome era Luna.
Com cabelo preto e pontas loiras balançando sob as luzes digitais, ela parecia frágil… mas algo em seus olhos dizia que havia força ali. Algo inquebrável.
E naquele momento, Oflotsa não salvou apenas alguém. Ele se salvou um pouco também.
Um novo aliado?
Luna tinha informações. Ela já ouvira falar do portal no centro de Discord, e talvez… talvez ela pudesse ajudar.
Mas o tempo estava acabando.
Codico18d9 já estava a caminho.
E agora... ele sabia que Oflotsa não estava mais sozinho.
Após o confronto intenso no beco digital, Oflotsa levou Luna para um dos únicos lugares seguros de Discord: um hotel antigo chamado "Upload Inn", onde avatares em recuperação se hospedavam e firewalls eram tão grossos quanto concreto. Era o refúgio ideal — por enquanto.
O quarto tinha luzes neon suaves, paredes pixeladas que mudavam de cor conforme o humor, e uma janela com vista para os servidores giratórios da cidade.
Luna estava sentada na cama, ainda abalada, usando apenas a roupa rasgada do incidente.
— "Você não precisava fazer aquilo por mim...", ela disse, voz baixa.
— "Não fiz só por você." — respondeu Oflotsa, enquanto deixava seu boné branco de lado. — "Fiz por alguém que já não pude salvar."
Silêncio.
Depois de um tempo, ele olhou para ela com um meio sorriso.
— "Você merece roupas melhores. Fica aqui. Eu volto já."
A multidão digital
Oflotsa desceu as escadas, saindo pelas ruas de Discord. Passou por mercados que vendiam animações, becos cheios de spam e lojas com trajes virtuais. Em uma boutique com o nome "ByteStyle", encontrou um conjunto perfeito para Luna:
Uma jaqueta preta com detalhes em neon, calça jeans reforçada com código anti-bug, e uma bota estilosa que parecia dizer: "ninguém me controla mais."
Com as roupas em mãos, ele voltou pelas ruas cheias de avatares, bots, e fluxos de dados...
Até que sentiu uma presença familiar. Fria. Elétrica.
Ele olhou para a multidão digital, os rostos se repetindo, girando...
E então viu.
Ele.
Codico18d9.
Caminhando calmamente entre os dados vivos da cidade, com a postura de quem sabia que tudo estava sob seu controle. Os olhos amarelos como erro de sistema. As garras faiscando a cada passo.
Ele não atacou.
Só olhou diretamente para Oflotsa.
E sorriu.
Como se dissesse: "Não importa onde você vá. Eu sempre estarei lá."
A Corrida
Oflotsa travou por um segundo. O mundo parecia desacelerar.
Mas a memória de Luna o puxou de volta.
Ele apertou os punhos, deu meia-volta e correu o mais rápido que pôde, cortando ruas secundárias, pulando por cima de bugs ambulantes, até alcançar o hotel.
Subiu as escadas como um raio, arrombou a porta do quarto.
— "Luna! Veste isso! Rápido!"
Ela se levantou assustada.
— "O que aconteceu?"
— "Ele tá aqui. Codico18d9. Vi ele caminhando pela cidade. Não sei se ele me seguiu... mas não podemos ficar."
Luna pegou as roupas e entrou no banheiro. Poucos minutos depois, saiu vestida, com um olhar renovado.
Não era mais só a garota assustada do beco.
Ela era Luna — forte, com brilho dourado nas pontas do cabelo, e uma chama nos olhos que combinava com a de Oflotsa.
— "Vamos então." — ela disse, firme.
E pela primeira vez, Oflotsa sentiu que talvez... só talvez...
ele não estivesse mais lutando sozinho.
Mas Codico18d9 também não estava ali à toa.
Ele estava testando algo. Preparando algo.
O portal estava mais perto do que nunca.
Mas o perigo também.
To be continue...