Primeiro dia de trabalho, nossa... - respira profundamente enquanto arruma a gravata em frente o espelho.
Nem parece que sou um doutor experiente, a cada desafio novo que enfrento fico mais ansioso em conhecer o meu novo paciente, contudo tenho certeza que não será difícil. - Pega sua maleta e sai em direção a porta, após tranca-la confere se as chaves do carro estão no bolso de sua calça social azul marinho, após ter a confirmação ele vai em direção ao carro com rumo ao Sanatório Orckhein.
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Fazem pelo menos dois anos que estou confinada nesse inferno, a cada dia que passo aqui parecem que as horas aumentam. Estou sempre dopada o que me deixa alta e não consigo me concentrar muito bem. - Diz enquanto observa as paredes brancas, solitárias e frias do quarto.
Pensando bem faz tempo que o pai não vem me visitar, perdi um pouco a noção do tempo mas se não me engano totalmente, são meses e meses e nada. Nem uma carta, nem a droga de uma carta. - Enfia o rosto por cima dos joelhos dobrados e começa a chorar, sentada em cima daquela cama.
Porque esqueceu de mim papai? Eu sou sua primeira filha, porque não lutou por mim? Julliene realmente conseguiu o plano perfeito, mas se ela acha que vou morrer aqui, ela está enganada! - Diz enquanto seca as lágrimas, agora em tom de determinação.
Eu vou lutar até o fim, não vou me entregar à loucura desse lugar imundo e patético. Vou sair daqui, mais cedo ou mais tarde.
Um enfermeiro destranca a porta e lhe entrega sua bandeja de comida, e então a fica observando até que coma tudo, já que não pode deixar uma mulher louca sozinha com uma colher. Mesmo que seja apenas uma colher. Após ela terminar, ele lança um olhar frio e impiedoso a ela, retira a bandeja e simplesmente dá as costas. A porta então se tranca e ela volta a profunda solidão que aquelas paredes traziam ao quarto.
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Querido Doutor... Comentários