Maravilhosa e Muito Má

PONTO DE VISTA: ANGEL LEE 

Quando estava participando de uma conferência sobre aromas no exterior há sete meses, uma perfumista de uma marca famosa me abordou e perguntou sobre o perfume que eu usava. 

Tive uma reunião com ela posteriormente e acertamos uma parceria para o desenvolvimento do perfume em larga escala na Europa e aqui no meu país, a minha loja seria a única representante autorizada a comercializá-lo. 

Não comentei com ninguém a respeito, pois queria ter certeza do sucesso ou não da fragrância. 

No entanto, recebi há uma semana o relatório da pré-venda do perfume e superou todas as expectativas. 

Vou viajar daqui a um mês  para participar de um evento oficial de lançamento. 

Sendo assim, muito em breve, poderei encerrar a sociedade com o Sr. Clifford. 

Resolvi manter em segredo mais um pouco. 

Três dias depois…

Assim que saímos à noite da loja, Lisa e eu, vimos Ravi que veio ao nosso encontro. 

Nos cumprimentamos e assim que beijou o meu rosto, falou no meu ouvido: 

— Sinto a sua falta. 

Balancei a cabeça negativamente sorrindo. 

Não poderia confessar que também senti a falta dele, muito mais do que queria.

— Bom, já quem tem companhia, Angel, eu já vou. Tchau para vocês. — Lisa disse e fez o gesto de tchau com a mão. 

Olhei para ele e disse: 

— Ravi, não esperava vê-lo aqui. 

— Tem sido muito corrido no escritório, mas como um certo alguém não sai dos meus pensamentos... 

— Quem seria essa pessoa que tanto atrapalha o seu trabalho? — disse, fazendo de desentendida. 

— Uma linda loira, inteligente, cheirosa, maravilhosa e muito má. 

— Que contraste! Muito má? 

— Sim, ela cometeu um erro e não quer assumir a responsabilidade. 

Começamos a rir e perguntei: 

— Qual seria esse erro? 

— Fez com que eu me apaixonasse por ela. 

— Ainda bem que sabe que isso é um erro. — comentei com dor no meu coração. 

— O erro não é eu ter me apaixonado, mas sim, a pessoa sentir o mesmo e negar sempre. 

Ravi parecia conhecer as minhas emoções, mas ainda não tinha certeza se estava apaixonada.

Interessada, sim, mas será que eu sentia o mesmo que ele?

Quando ele terminou de falar, segurou firme a minha cintura e a minha nuca. 

Eu sabia o que aconteceria a seguir, porém não o impedi porque estava sonhando com isso todas as noites.

Novamente, aconteceu um beijo, só que desta vez foi calmo, delicado, mas, ao mesmo tempo apaixonado. 

Nesta ocasião, pude sentir o seu gosto, um beijo doce sem resquício de bebida alcoólica.

Foi tão bom quanto o primeiro, entretanto mais gostoso, era como se fôssemos o complemento do outro. 

Não sei quanto tempo ficamos naquele beijo em pleno corredor do ‘shopping’ em final de expediente. 

Quando paramos, ele olhou nos meus olhos e disse: 

— Angel, não negue mais, o seu beijo, o seu corpo mostra que temos os mesmos sentimentos. 

Suspirei e respondi: 

— Ravi, nem sempre o que queremos, significa que podemos ter. 

—  Vou te provar que está errada. Nós podemos ficar juntos. 

— Ravi, não estou disposta a ser iludida e depois ser descartada.

— Eu nunca faria algo assim com você.

— Tem certeza? Você não me parece ser o homem mais confiável do mundo. Antes de te conhecer, o Luke disse que o seu melhor amigo era o maior "pegador" de mulheres desde novo. Acredito que não tenha mudado. As pessoas não mudam "da noite para o dia".

— Angel, esquece isso.

Passei o dorso dos meus dedos sobre o seu rosto, como um primeiro e último carinho. Senti a sua pele.

Ele olhou nos meus olhos e em seguida os fechou e só abriu novamente quando comecei a falar:

— Esse beijo foi uma despedida. Desculpe, mas não quero entrar numa batalha perdida. Seja feliz! Eu preciso ir. 

Saí de perto dele e segui rumo ao estacionamento. 

Olhei para trás e Ravi estava parado no mesmo lugar, olhando em minha direção.

No percurso até entrar no elevador para descer até onde o meu carro estava estacionado, fui pensando nas minhas últimas palavras.

Por mais que doía dizê-las, era o melhor para nós dois.

Assim que entrei no meu carro, antes de fechar a porta, ela foi segurada por Ravi.

'Como ele chegou tão rápido.' — Pensei.

Olhei para ele assustada.

— Grave essas palavras: não. Vou. Me. Afastar. De. Você. Assim como eu já sou seu, você será minha. Estou indo viajar a trabalho em alguns dias e quando eu voltar daqui há um mês aproximadamente, quero você ao meu lado. —Ravi disse, deu um selinho antes de fechar a porta e foi embora.

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