Eu Não Vou Desistir De Você.

PONTO DE VISTA: ANGEL LEE

— Achei vocês... desculpe acho que que interrompi algo. — Disse a prima da Liv com um leve sorriso. 

Respondemos de forma diferente ao mesmo tempo: 

— Não. — Eu respondi 

— Sim. Você interrompeu. — Ravi respondeu bravo. 

— Desculpe mais uma vez, não era a minha intenção. — July falou sem graça. 

— Está mentindo. Era essa a sua intenção. Se não fosse, tinha saído sem falar nada. Pode, por favor, nos dar licença? — Ravi falou, mas não olhou nenhuma vez para a direção onde July estava. 

Ela virou as costas e saiu. 

Aproveitei e sai de onde eu estava. 

— Você foi um pouco indelicado, não acha? Ela parece estar bem interessada em você. 

— Não estou nem aí. Só me importo com uma pessoa. E ela é você. — Ravi. 

— Vamos voltar para lá. 

— Eu prefiro ficar aqui ou ir para outro lugar, onde não seremos interrompidos. — Ravi disse e piscou de maneira sexy. 

— Engraçadinho! 

Ravi respirou fundo e disse: 

— Tudo bem! Vamos? Mas na próxima vez, você não vai fugir. 

— Não estou fugindo, estou sendo prudente.

Fomos até onde os meus padrinhos estavam e ficamos conversando com eles sentados à mesa debaixo de uma área coberta. 

Mesmo com aquela má resposta de Ravi, July sempre arrumava uma desculpa para se aproximar, mas ele lhe ignorava todas as vezes. 

Numa dessas vezes, quando ela saiu de perto, Ravi resolveu pedir ajuda de Liv: 

— Liv, não quero ser mais rude do que já fui com a sua prima, poderia fazer o favor de pedir para ela se afastar, antes que eu perca ainda mais a paciência? 

— Ravi, desculpe, não sabia que estava sendo inconveniente. — Liv disse envergonhada. 

— Está sendo e muito. Você é uma das poucas pessoas que sabe que estou apaixonado por alguém, mesmo assim, trouxe a sua prima e em nenhum momento tentou afastá-la de mim. Até parece que está sendo conivente com o atrevimento dela. — Ravi. 

— Eu vou falar com a July. — Liv disse e começou a sair. 

— Obrigado!

— Ravi, escutei bem? Você está apaixonado? — Meu padrinho perguntou, curioso.

— Tio, há mais de seis meses conheci uma mulher que me deixou louco por ela. Ainda não a conquistei, mas vou conseguir. — Ravi.

— Se ainda não tem nada com a tal mulher, então é solteiro, por que não aproveita? Como vocês dizem mesmo?  Curtir, ficar... sei lá... A prima da Liv parece muito interessada. — Padrinho. 

— Só se for no dinheiro dos meus pais, pois no tempo todo que conversamos dentro da piscina, ela só queria saber sobre a vida financeira deles e a minha. 

— Então, esquece o que eu falei.

Mary veio trouxe um suco de maracujá bem gelado para mim, pois tinha pedido para ela. 

Ravi pegou uma cerveja. 

— Não gosta de bebida alcoólica? 

— Eu gosto de algumas, mas hoje, como te disse antes, estou muito cansada e pretendo descansar mais cedo. Só vim por insistência do meu padrinho. 

— Ainda bem que ele insistiu. Se está tão cansada, saiba que sou muito bom em massagens, posso te fazer relaxar… — Ravi disse e fez carinho nas costas da minha mão que estava sobre a minha perna. 

'Ravi para de fazer isso comigo, não posso me apaixonar por você...' — Pensei, mas estava tão bom que deixei continuar.

— Deixe essa parte para a sua futura namorada. — Falei, me referindo a massagem. 

— Quem sabe um dia a mulher por quem estou apaixonado, me aceita e posso massageá-la por inteiro?

Logo imaginei a cena... o meu corpo respondeu... fiquei excitada. 

Ele aproximou de mim e disse baixo: 

— Estou cada vez mais apaixonado. Me dá uma chance!?

— Ravi, não insista nesse sentimento, nunca daríamos certo… — Eu falei calmamente e suspirei. 

— Você não sabe se isso é verdade... Só descobriremos se tentarmos. Por que complicar tanto as coisas? 

— Um dia você vai me dar razão. 

Ele parou o carinho que fazia na minha mão, mas a segurou firme e perguntou: 

— Angel, o Clifford disse alguma coisa sobre a minha família, não foi? É por isso que está na defensiva comigo? 

Eu deveria falar a verdade ou não? 

— Sim. Ele me disse, mas mesmo se não tivesse contado sobre o desejo dos seus pais em querer um casamento vantajoso para você, eu me manteria longe. 

— Sou tão ruim assim? 

— Não! — Falei a palavra com som prolongado. — Você está muito longe de ser ruim, sou eu que não sou boa o suficiente para você. Pense nisso. 

— Angel, como você não seria boa para mim? Você é incrível, maravilhosa. Saiba que desde que te conheci, eu mudei de vida para ser digno de você. E outra coisa: eu não aceito que minha família interfira nas minhas escolhas e decisões. Jamais aceitarei me casar com uma pessoa que eu não ame.

— Ravi, não conheço a sua família, mas sei o quanto pessoas poderosas podem tornar difícil a vida de simples mortais como eu... então, prefiro manter distância. 

— Escute, com atenção: eu não vou desistir de você. 

— Vai, sim. Por enquanto sou apenas uma novidade para você. Com o tempo isso passa e talvez entenda que a vontade da sua família faça mais sentido. 

— Angel, eu fiquei meses pensando em você. Não acha que se fosse só uma "novidade" como você diz, eu já teria te esquecido faz tempo? E quanto a minha família, não me submeterei aos seus caprichos. 

— Você diz isso agora. No entanto, o sangue fala mais alto e em algum momento você vai ceder. Família é o nosso porto seguro. 

Quando terminei de falar, o restante da turma se aproximou. 

Tirei a minha mão da dele, disfarçadamente, mesmo que houvesse uma mesa forrada com uma toalha na nossa frente.

— Vocês não vão entrar na piscina? — Luke. 

— Acho que está rolando algo entre vocês... — Kléber disse nos observando desconfiado. 

— Ravi, meu amigo, espero que não esquecido o que o Luke e eu falamos. — Charles disse e começou a gargalhar. 

— Estamos apenas conversando. Não tem nada "rolando" aqui. — Eu disse enfatizando a palavra rolando e fazendo o sinal de aspas com os dedos.

— Estão escutando, eu disse para vocês. Ela não quer nada com ele. Ravi, vem se refrescar... estava tão bom conversando com você mais cedo. Se ela não tivesse chegado, estaria se divertindo em vez de ficar aqui sentado. — July falou e me olhou com certo deboche. 

Quando Ravi foi dizer algo, Liv interrompeu: 

— July, pegue as suas coisas. Vamos embora agora. 

— Não quero ir embora. Agora que vai começar a ficar bom. — Olhou para o Ravi e mordeu o lábio inferior. 

— Viemos juntas e vamos da mesma forma. Estou arrependida de ter trazido você. 

— Credo! Até parece que fiz algo errado. — July reclamou. 

— Não se faça de desentendida. Vamos. — Liv. 

— Fazer o quê!?... — Saiu para pegar as suas coisas. 

July e Liv trocaram de roupas e  se despediram dos outros rapazes. 

Quando chegou a vez do Ravi... 

— Ravi, adorei te conhecer. Espero te ver em breve! Me passe o seu número de telefone, assim podemos marcar algo um dia desses. 

— Não posso dizer o mesmo. Não pretendo te encontrar novamente e não compartilho o meu número com qualquer um. E todos vocês aqui… — disse falando para os três amigos e para Liv — nada de informar os meus dados. 

— Tudo bem! Se um dia mudar de ideia, é só mandar recado que eu vou até você. — July. 

Fiquei abismada com a insistência dela, mas eles eram solteiros... E ela estava demonstrando o seu interesse sem medo ou pudor. Nessa hora, eu senti um pouco de inveja. 

Aproveitei a saída das duas, me despedi do restante e fui para o meu quarto descansar. 

'Se eu não tivesse um grande exemplo dentro de casa, talvez pudéssemos tentar… — Pensei enquanto estava no banho. 

Depois, em voz alta, conversei sozinha:

— Ravi, você é um sedutor, isso sim. Nessas três vezes que nos falamos, demonstrou atitude, tem uma conversa agradável, foi atencioso e carinhoso. Sei que quer que eu confie em você, mas tenho muito medo... Então, não posso e não devo ceder...

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