Convite Para Almoçar

PONTO DE VISTA: ANGEL LEE 

Cheguei ao topo da escada, totalmente ofegante. 

'Meu Deus! O que foi tudo aquilo? ' — Pensei e coloquei a mão sobre o meu coração que estava acelerado. 

'Será que ele estava falando sério ou seria a bebida? Talvez não se lembre disso depois... '

Senti um gosto amargo do desgosto ao refletir que tudo poderia não passar de uma diversão para ele.

Percebi que o meu súbito interesse por Ravi me levaria a um caminho perigoso. Eu precisava impor um limite entre a amizade e qualquer outro sentimento que porventura surgisse. 

O meu devaneio foi  interrompido pela aparição da minha madrinha e do meu padrinho que saiam do quarto deles. 

— Minha querida, você está bem? — Perguntou a minha madrinha. 

— Sim, estou. Acho que subi rápido demais as escadas e tive uma leve vertigem. — Eu menti. 

— Então vá descansar e se precisar de algo é só chamar. — Orientou o meu padrinho. 

— Preciso mesmo, dormir. Amanhã será um  dia curto para tanta coisa que preciso fazer. 

— Vá com calma! Não se force demais. — Madrinha Lucy. 

— Tentarei. Quero agradecer aos senhores por terem cuidado de mim nesses dias. Amanhã já voltarei para o meu apartamento. 

— Não quer ficar mais uns dias? — Madrinha. 

— Obrigada, Madrinha. Não se preocupe, já estou bem e preciso voltar para a loja e a minha rotina. 

— Tudo bem, mas apareça sempre. — Padrinho. 

— Claro, obrigada! Boa noite! — Despedi. 

Entrei no meu quarto e fui para a janela que dava acesso ao jardim frontal. 

'Ele bebeu tanto, será que vai embora dirigindo?' — Esse pensamento me assustou. 

Por que eu estava pensando tanto em alguém que mal conhecia? 

Balancei a cabeça para tentar afastar tantos pensamentos seguidos, cujo personagem era Ravi.

Mesmo assim, fiquei olhando até que vi um carro parando na porta e ele adentrou ao veículo com um motorista. 

'Ele parece ser responsável.' — pensei, aliviada. 

De uma coisa uma sabia, não queria me deixar levar pelas palavras de Ravi, mas como não se sentir lisonjeada por alguém dizer que nunca me esqueceu, depois de me ver uma única vez!?

E nessa hora, lembrei das palavras do Sr. Clifford: 

"... o Ravi, não sei dizer, ficou muitos anos no exterior, porém conheço a família dele. São donos da segunda maior instituição financeira do país, multimilionários que só pensam em aumentar ainda mais o patrimônio mediante um casamento arranjado. E eles querem uma nora milionária ou acima... " 

'Angel, Angel... nada de fantasiar alguma possibilidade de relacionamento. Você não é milionária. Quer sofrer assim como a mamãe?' 

Resolvi ignorar o ocorrido daquela noite e seguir adiante, seríamos amigos caso ele quisesse e nada mais. 

No dia seguinte, O Sr. Clifford passou na casa da minha madrinha e me levou ao médico. Até que enfim, fui liberada para caminhar sem a bota ortopédica, mas não deveria extrapolar, como ficar muito tempo em pé e correr. 

Voltei a minha rotina normal. 

Tudo caminhava muito bem. 

Uma semana depois, por volta das 12  horas, estava na loja, quando chegaram Luke, a sua namorada Liv e ele, o Ravi. 

Terminei de atender uma cliente e fui até eles. 

— Oi, Luke, Liv, Ravi! 

— Oi! — Todos responderam, dei um beijo em seus rostos. 

— A que devo a honra da presença de vocês? 

— Estávamos aqui perto e queremos te convidar para almoçar. — Luke. 

— Que frase mais clichê! — Comecei a rir. 

— Ela tem razão. Fui eu que insisti de virmos até aqui e lhe convidar para almoçar. — Ravi. 

— Agora sim. Não precisam ficar com receio de falar a verdade comigo. Eu prefiro assim. 

— E eu fui intimada de última hora. — Disse Liv sorrindo. 

— Que bom que veio! Há algum tempo que não nos encontramos. — Falei para a Liv. 

— É verdade! Por isso aceitei vir de imediato.

Liv era uma garota legal, simples, meiga, mas algo me dizia que ela não era confiável. 

— Vai aceitar nosso convite? É por nossa conta... — Luke. 

— Claro! Aguardem um minuto, por favor, vou apenas passar algumas instruções para a Lisa e vamos. 

Lisa trabalhava comigo desde a abertura da loja, era uma pessoa que aprendi a confiar de olhos fechados. Tornou-se a minha melhor amiga desde então. 

— Amiga do céu, que homem é aquele? Uau! Que colírio para os meus olhos! — Lisa exclama. 

— Que exagero! — Eu falo. 

— Beleza não se discute! Cada um tem o seu conceito! No meu, ele é um gato!!! — Lisa. 

— Tudo bem! Te conto sobre ele quando eu voltar do almoço. 

Orientei sobre a cliente que havia feito a compra mais cedo, mas que viria após o almoço buscar a mercadoria. 

Peguei a minha bolsa e fui até eles. 

— Vamos? Onde iremos almoçar? — Perguntei. 

— Tem alguma preferência? — Ravi perguntou. 

— Não. Mas como não temos reservas, o que acham de almoçarmos aqui mesmo no shopping? O restaurante no último piso é muito bom e acho que lá, conseguiremos uma mesa. 

Eu comi lá algumas vezes porque estava com o Sr. Clifford. O lugar era muito elegante, a comida maravilhosa, porém não era para mim, uma simples mortal de classe média. 

Não sei o porquê mas ele havia dito que sempre que eu quisesse poderia comer ali sem ter que fazer reservas. Ele seria proprietário ou sócio daquele restaurante? Não quis perguntar na época então, seria um bom momento para testar. 

— Por mim está tudo bem. — Liv. 

— Então vamos até lá. — Ravi disse e fez sinal com a mão mostrando o caminho.

"Não posso e não devo olhar muito para ele, está mais lindo do que há uma semana!'' — Pensei.

FOTOS

*Imagens aleatórias retiradas da 'internet', apenas para fins meramente ilustrativos.

LISA WEBER

LIV BALLARD

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