Capítulo 19

Aurora narrando

Ouso a voz de Isadora sussurra baixinho na porta do quarto.

__ Aurora! pode me ouvir? se está viva Faça um barulho, me dê um sinal ou qualquer coisa. Ela choraminga.

__ Não matei sua irmã! uma voz rouca encobre a dela e a porta se abre. Isa entra por ela correndo e abraça meu corpo. choro segurando seu rosto enquanto espalho pequenos beijos por sua face

__ Está bem? pergunto enquanto Magnus nos encara em silêncio.

__ Estou sim! ele não te machucou não é mesmo? seus olhos vasculham meu corpo.

__ Não! estou bem! digo e ela me abraça novamente.

__ Vão para outro lugar, preciso tomar banho e a não ser que as damas queiram me acompanhar seria bom um pouco de privacidade. Puxo Isadora pela mão entrando no quarto que Magnus agora diz ser dela.

__ Até quando ficaremos aqui Aurora? Isadora resmunga enquanto me sento a cama.

__ Não temos pra onde ir Isa. Provavelmente se saíssemos hoje daqui passaríamos a noite em um abrigo ou na rua.

__ Mais e o apartamento? não tinhamos pegado de volta?

__ Ontem entreguei os papéis a Magnus lembra? estava nervosa, vocês estavam sobre a mira de armas Isa.

__ Eu sei Aurora! ela me abraça.__ O papai está morto. Eu ainda não acredito. ela chora e eu acaricio seus cabelos com sua cabeça em meu colo.

__ Eu vou cuidar da gente Isa. Eu sempre vou cuidar de você. choro agora em silêncio. Saio do quarto a deixando descansar e entrando agora no covil do diabo onde durmo, assim que entro ele me olha, está sem camisa vestido apenas calça social preta, seu peito está completamente nú, só agora me permito observa-lo apesar de ser um verdadeiro doente é um homem muitíssimo bonito,tem o cabelo preto como ébano e um rosto másculo coberto por uma barba impecavelmente feita, é muito alto tem quase o dobro do meu tamanho, seu corpo é forte e musculoso, a barriga definida e a pele clara deixa ainda mais em evidência a tatuagem negra.

__ Quero que se arrume! Vou levá-la para conhecer alguém. ele veste a camisa enquanto permaneço parada. __ Sempre me olha por tempo demais Aurora, se continuar assim vai me fazer acreditar que está querendo algo de mim. Desvio meus olhos caminhando até às malas e quando abro estão vazias.

__ Onde estão minhas roupas? pergunto e ele me encara.

__ Não acha mesmo que andaria por aí com você naqueles trajes, no closet tem roupas e sapatos novos, seus itens de higiene e necessidade também estão lá. Agora vá depressa e não demore, sairemos em vinte minutos. Magnus sai do quarto me deixando sozinha, quando abro a porta do closet me deparo com uma quantidade enorme de roupas, entre elas marcas que nem com uma vida inteira de trabalho seria capaz de bancar, coleções exclusivas de sapato que namorei em vitrines minha vida inteira e não tive como pagar, me sento por um instante no chão e penso em tudo com mágoa no peito, Magnus faz tudo de caso pensado, sempre deixando claro que tudo gira em torno de dinheiro e poder para que eu me sinta mesmo como uma mulher que aceitou ser comprada, a obsessão em me vê humilhada e ferida parece algo prazeroso e satisfatório para ele, minhas roupas antigas sequer tenho mais, eram simples e gastas mais me faziam lembrar de quem eu era antes de tudo isso acontecer, a Aurora que batalhou e lutou para comprar cada peça. Me levanto caminhando até o banheiro tomando uma ducha rápida, escolho um conjunto de lingerie vermelho, entre as calcinhas é a maior já que as peças vulgares parecem ser algo que agrada meu algoz, escolho um vestido marrom de mangas longas e justas soltinho na cintura parando no meio de minhas coxas,um par de botas caramelo, meus cabelos soltos e bem alinhados, faço uma maquiagem sutil e delicada, se me ver triste e destruida é o que da prazer aquele maldito desgraçado não darei essa satisfação a ele.

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