capítulo 12

Aurora narrando

Desço as escadas em direção a sala, queria me permitir chorar e me lamentar pela noite de ontem que me presenteou com sonhos terríveis mais não posso, a vida continua e eu sou o pilar dessa casa.

__ Bom dia paizinho! deposito um beijo em sua testa e me dirijo a cozinha enchendo uma xícara com café.__ Onde está a Isa? disse a ela que iria sair mais cedo hoje.

__ Saiu não era dia ainda, foi procurar emprego!

__ Como saiu? o senhor deixou que ela saísse? pergunto preocupada e ele me encara. __ Você tem noção das pessoas com que estamos lidando papai ou ainda não caiu sua ficha? poxa você é o pai, é você que deveria cuidar e zelar da gente mais sou eu que estou carregando esse peso sozinha! enquanto você finge não vê eu estou me destruindo aos poucos então faça seu papel e haja como a droga de um pai. Saio batendo a porta ja em prantos, entro no carro em direção ao trabalho e assim que chego a porta da empresa vejo uma movimentação estranha, os móveis estão sendo retirados do prédio e os funcionários estão parados na rua observando tudo.

__ O que ouve Sarinha? Pergunto me aproximando e ela se vira para me olhar.

__ Não sei direito Aurora está rolando um o boato pelos corredores que o senhor Fernando perdeu tudo. Me lembro imediatamente do que Magnus falou na noite do jantar em Houston

__ Ele veio a empresa? pergunto confusa e ela nega.

__ Não veio! o que me preocupa é que o novo dono não vai ficar com nenhum dos funcionários, as rescisões já estão prontas, o advogado acaba de sair daqui.

__ O que a gente faz agora sara? pergunto preocupada e ela me abraça.

__ Damos um jeito amiga! vamos manter contato ok? se eu souber de algo te aviso e visse versa. Me despeço de sara voltando para casa, não sei o que farei daqui pra frente, minha casa era sustentada exclusivamente por mim e agora desempregada não terei como pagar as contas, o colégio e a comida. subo as escadas em direção ao apartamento e a porta está entre aberta, entro e vejo papai sentado em uma cadeira enquanto dóis homens apontam armas a sua cabeça,Isadora está no sofá e seu rosto está lavado em lágrimas, entro desesperada sem perceber a presença de Magnus observando tudo da poltrona próximo a janela.

__ O que fez a minha família?grito me abraçando a Isa e ele me encara.

__ Ainda não fiz nada! Sorri debochado e eu me aproximo, o confronto furiosa e ele caminha até mim diminuindo a distância que nos separa__ Seu velho pai me ofereceu você como pagamento das promissórias que ainda restam Aurora, estou relutante em aceitar pois já tive de você o que queria ontem, mercadorias usadas mesmo que tenha sido por mim perdem o valor. Ele diz e eu o estapeio. __ Sabe que me bater não muda em nada a verdade não é mesmo?

__ Por que nos odeia tanto? o que fizemos a você? somos pobres coitados e sei que dinheiro não é problema. Caminho até a cômoda e pego o dinheiro que estava junto com as escrituras do apartamento. Jogo contra seu peito e as notas se espalham pela sala.__ Já disse ao senhor que não sou prostituta, fiz o que fiz pelo meu pai e minha irmã, sabe que não me deu escolha.Grito e ele me olha de um jeito estranho.__ O que deseja de nós? o que ainda quer tirar da gente? pegue de volta o apartamento e desconte um pouco da dívida, o restante pagarei aos poucos, se não tenho mais valor e já teve de mim o que queria o que ainda faz aqui?seus olhos correm em direção a Isa e eu me ponho de joelhos aos seus pés.