Capítulo 7

Aurora narrando

volto para casa o choro que não cessa já deixou suas marcas, mal consigo abrir os olhos e meu rosto está inchado, Fernando como o crápula que é mesmo vendo o nítido desespero em meus olhos não deixou nem por um segundo de fazer seus comentários desnecessários e sem pudor, entro em casa e papai está sentado no sofá, seu rosto também é de quem chorou, Isa está a mesa enquanto faz seus lições do colégio e assim que me vê corre para meus braços, me abraça com força e segura meu rosto entre as mãos.

__ Não vai continuar mentindo pra mim! essa casa mais parece um velório e eu estou como uma idiota sem saber de nada no meio disso! ela diz enquanto me puxa pela mão e eu a sigo,papai nos olha com tristeza.__ não me esconda nada! ela cruza os braços enquanto me sento na cama , suspiro fundo.

__ Papai perdeu o apartamento no poker!

__ Você só pode está brincando. Grita

__ Assinou uma furtuna em promissórias também! choro mais e ela me abraça.

__ Droga Aurora! como o papai faz uma coisa dessas? onde a gente vai arrumar esse dinheiro?

__não se preocupe! eu já arrumei um jeito.

__Qual jeito? ela pergunta desconfiada e eu minto.

__ Consegui um empréstimo no escritório, vai ser puxado mais eu dou conta!

__ Vou arrumar um emprego! não aceito que me diga não está ouvindo?

Isa me abraça e eu não discuto, nesse momento estou exausta e triste demais para argumentar algo. Isadora sai do quarto e eu me deito na cama, enquanto observo o teto não consigo parar de chorar, amanhã estarei diante do diabo e saber que terei que me entregar a ele me assusta demais, por alguns instantes pensei em acabar com tudo, sair daqui e sumi ou mesmo acabar com essa droga de vida que desde que meu pai se meteu naquele maldito acidente só me trouxe tristezas, Não sei qual prazer aquele homem acredita que eu possa proporciona-lo, não sou uma mulher experiente nunca sequer me deitei com um homem, a algum tempo tive um namorado, Saulo me tratava bem era muitíssimo cavalheiro e nosso relacionamento se resumia em beijos e algumas carícias mais nada além disso, quando pra ele não era mais o suficiente eu decidi terminar, não era a hora certa pra mim, sei que talvez seja algo retrógrado e bobo mais sempre tive o sonho de me casar virgem, provavelmente o fato de ter estudado em colégio católico toda a vida ouvindo os dogmas da igreja todos dias tenham me influenciado para isso, Aquele homem não parece ser alguém religioso ou acreditar em Deus seja ele quem for, sei que quando sair dessa casa amanhã em direção aquele hotel estarei indo contra tudo que acredito mais o que eu deveria fazer? deveria dar as costas a minha família? abandonar meu pai a Mercer da sorte que ele nunca teve, ou deixar que minha irmã a pessoa que mais amo no mundo assuma um papel que deveria ser meu, que me proteja ao invés de que eu faça isso por ela, entro no banho e enquanto água quente lava meu corpo o choro molha minha face, porque eu Deus, porque minha família? não tenho a resposta mais seja lá o porque de tudo isso eu sei que não merecia.