CAPÍTULO 8- NOVOS ARES

AEROPORTO  DE PARIS...

Depois de cerca de 6hs de voo eles desembarcaram no aeroporto de Paris, todos ficaram deslumbrados com o tamanho e a beleza do lugar,  Ana Alencar fala quebrando o silêncio e todos voltam a si.

Ana Alencar- Estou exausta e louca par tomar um banho, mas estou com fome, então nós vamos jantar no restaurante aqui mesmo no aeroporto e logo em seguida vamos para o hotel, o que acham?

André – Concordo plenamente, eu também estou destruído.

Alex- Eu acho que nunca mais quero viajar de avião, eu ainda estou tremendo até agora, o nervosismo foi tamanho que eu nem estou com fome e tão pouco cansado.

Ele fala com um semblante derrotado, Ana Alencar suspira desamparada, tentando entender de onde vem todo esse drama.

Ana Alencar- Vamos lá.

André e Alex- Vamos.

Eles vão para o restaurante e pedem algo que tenha preparo rápido, optaram por uma macarronada, comem rapidamente, pagam a conta, pegam um taxi e foram para o Hotel JK, eles precisam descansar.

Eles baixaram o vidro do carro, para que possam respirar novos ares, trazendo um cheiro de esperança de dias melhores virão.

HOTEL JK...

Quando o táxi parou em frente ao Hotel JK, os olhos de Ana Alencar, André e Alex brilhavam de admiração, pois eles nunca tinham visto um arranha-céus desse tamanho nem mesmo na TV, o hotel tinha 75 andas. Ana pagou a conta e entraram no hotel.

Ana Alencar- Esperem- me aqui, eu vou fazer o check-in e daí poderemos ir juntos descansar.

André – Ok mãe.

Ana Alencar- Olá, eu tenho uma reserva, meu nome Ana Júlia Alencar.

Ela fala com a recepcionista, que até aquele momento estava de cabeça baixa parecendo procurar algo no balcão, Ana Alencar aguarda a resposta por um momento, mas ela não vem.

Ana Alencar-  Moça, estou falando com você, por que não faz que o peço, por um acaso a senhorita tem algum problema de audição?

Ela fala já visivelmente alterada, ela não suporta ser ignorada.

Atendente- Eu ouvi sim, só acho uma perda de tempo procurar seu nome no sistema, porque sei que não encontrarei.

Ela diz isso, enquanto olha para Ana Alencar de cima para baixo, analisando suas roupas, como Ana não está vestida de forma elegante nem usa joias, nem está acompanhada de guarda-costas, a atendente acredita que ela não possui recursos financeiros para arcar com os gastos da estadia no hotel.

Ana Alencar- Por que acha isso, você é vidente por acaso? Procure o meu nome aí se conseguir, porque agora eu suspeito que você nem mesmo terminou o ensino fundamental.

Ela fala olhando fixamente nos olhos da atendente com olhar frio e tenebroso, a moça ficou pálida, mas logo voltou ao seu normal e agora estava mais arrogante do que antes. A essa altura, as pessoas que passavam por ali pararam para observar a cena, a confusão estava só começando.

Atendente- Bem, esse estabelecimento é um hotel 6 estrelas um dos mais luxuosos de Paris, uma diária aqui custa pelo menos alguns milhares de dólares e é notório que a senhora não pode pagar.

Nesse momento os meninos se levantam e se posicionam ao lado de sua mãe mostrando seu apoio, quando a atendente terminou de falar, Ana Alencar deu-lhe um sorriso irônico e retrucou.

Ana Alencar- Bem, acho há uma falha em nossa comunicação. Pedi que você procurasse meu nome no sistema, mas você não o fez, sendo assim quero que chame o gerente por favor.

Ela deu uma pequena pausa e continuou- Quero a devolução do dinheiro das TRINTA diárias que paguei adiantado, esse hotel não é tão bom quanto eu pensava.

Nesse momento os presentes começam a murmurar de forma descarada. Todos estavam boquiabertos com o que ela disse. Ana Alencar finge não ouvir e continua a encarar a atendente com um olhar implacável.

Não é que ela tenha deixado o dinheiro subir a cabeça, ela simplesmente não suporta pessoas sem limites, desprovidas de empatia e que julgam apenas pelo que veste e/ou tem.

        Ela realmente reservou um quarto por 30 dias, mas não para ostentar e, sim por comodidade, esse hotel está localizado no centro de Paris, o que irá facilitar sua locomoção,  já que não conhece nada na cidade.

Atendente- Só pode ser...

Ela estava prestes a falar quando foi interrompida pelo o gerente, um homem lindo e elegante, mas visivelmente irritado.

Gerente- O que está acontecendo aqui?

Ele perguntou olhando para as duas mulheres que se olhavam fixamente prestes a pular no pescoço uma da outra, ele realmente chegou na hora certa.

A atendente apressou-se em falar, mas o gerente a interrompeu, virando-se para Ana Alencar pedindo uma explicação.  

Gerente- A senhora poderia me explicar o que aconteceu aqui por favor.

Ele fala dando um sorriso maroto, tentando acalmar os ânimos.

Ana Alencar contou-lhe como tudo aconteceu desde quando adentrou no hotel, expressou também a sua vontade de receber o dinheiro volta e também a sua decepção, como pode um hotel conceituado possuir funcionários tão ignorantes? É realmente lamentável.

Gerente- Mil desculpas pelo ocorrido, essa moça está conosco a menos de uma semana e ainda não se habituou às normas do Hotel. Que tal a gente esquecer esse com contratempo, afinal a senhora e seus filhos fizeram uma longa viagem, vocês devem estar exaustos.

Ele fala gesticulando para que a atendente saia da frente do computador.

Gerente- Diga-me seu nome, eu mesmo irei procurar.

Ana Alencar pensou por um momento e concordou com o gerente, eles realmente estavam muito cansados.

Ana Alencar-  Ok, hoje passa. Eu me chamo Ana Júlia Alencar, seja breve favor.

Gerente- Só um instante por favor.

Menos de dois minutos depois ele conseguiu localizar o nome de Ana Alencar.

Gerente – Ok, seu quarto é o 456, localizado no sexagésimo andar, tenha uma boa estadia e mais uma vez me desculpe pelo transtorno.

Ana Alencar balança a cabeça em concordância, pega chave, as malas e chama os meninos e vão para o quarto.

Quando eles entram no quarto ficam deslumbrados com a beleza, Ana Alencar olha pela janela de vidro e suspira pensando em como ela está longe de casa, então ela jura para si mesmo, que custe o que custar, ela fará dessa cidade o seu lar.

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