CAPÍTULO SETE

Já é madrugada quando Ben chega em casa, e Monica já adormeceu. Ele toma um banho rápido, se deita ao seu lado, e acaricia seu rosto, até que ela abre os olhos parcialmente.

— Passou os remédios? - ele pergunta baixinho, para não despertá-la totalmente.

— Passei. - ela sussurra e se vira para ele, ainda meio adormecida.

Ele se acomoda na cama, a puxa para mais perto, abraçando, encaixando um braço embaixo de sua cabeça e beija sua testa antes de adormecer.

De manhã, Monica acorda e começa a se levantar, mas Ben a segura em seus braços, despertando levemente.

— Onde você pensa que vai?- ele pergunta sonolento.

— Trabalhar.- Monica responde suavemente.

— Não vai, não.- não é um pedido, mas uma informação.

— Como assim? O que quer dizer?

— Vai sair comigo de novo. Seu chefe sabe disso. Pelos próximos dias, você sairá comigo.

— Layla sabe disso?- ele a olha começando a se enfurecer.- Não quero que você se aborreça, tendo que correr para acalmá-la… é só isso.- sua voz continua suave.

— Rompi com ela ontem. Ela sabia que era trabalho e ainda assim quis me aborrecer.

— Ah! Sinto muito, Ben.- mas  em seu coração, ela sente uma ponta de felicidade.

— Por eu ter terminado com ela?- ele franze o cenho olhando em seus olhos, agora totalmente desperto.

— Por você ter perdido sua diversão.

— Já tenho outra.- ele estreita os olhos examinando a reação no olhar dela.

— Fico feliz por você, querido.- Monica sente a ponta de felicidade deixá-la.

— Não parece estar feliz por mim. O brilho em seus olhos diminuiu.- ele examina a reação em todo o seu rosto. Quando ela abre a boca para responder, ele continua a falar.- Amanhã faço seus olhos voltarem a brilhar.- seu sorriso malicioso surge em seus lábios, fazendo Monica se arrepiar.- Seu tratamento termina hoje… terceiro dia.

Ben a observa engolir seco e seu sorriso se alarga. Então ele se e vai para o banheiro, Monica com a respiração pesada, imaginando o que ele vai passar a fazer com ela no dia seguinte… ele já prometeu que ela vai ter que aprender a…

" - Deus! Acalma ele… faz com que seja gentil amanhã, por favor!”- Monica suplica em silêncio.

Seu corpo estremece, antecipando o que pode acontecer no dia seguinte, então ela abraça o travesseiro angustiada, e não o percebe se aproximar.

— Ah! - ela dá um gritinho, assustada, mas solta o travesseiro e abraça seu pescoço.

— Não que você estava pensando? Por que se assustou desse jeito?- ele pergunta, carregando-a para o banheiro.

— Você disse que eu não precisava me levantar, então estava quase adormecendo de novo.

— Por que tem medo de mim, Monica? Por que não fala o que pensa e o que quer? Não estou falando do dinheiro, mas sim da minha pessoa.

Ben a despe e coloca dentro da banheira.

— Não sei do que está falando.- ela olha para a esponja na mão dele, em vez de olhar em seus olhos.- A água está deliciosa, Ben. Obrigada.- ela sorri, ainda sem olhar para ele.

— Vai mesmo continuar fingindo que não reclama de mim? Que não diz que eu vivo ora abusando ora estuprando você? - Ben estreita os olhos.

— Eu não falo de você para ninguém.- ela arregala os olhos para ele.- Não posso fazer isso. E para quem eu falaria? Quem acredita em mim?

— Não falou para ninguém que é casada?- suas sobrancelhas se franzem quando pergunta.- Nem mesmo que é comprometido? Qualquer um pode tentar te conquistar, então?

— Ninguém tenta, Ben.- um meio sorriso surge em seus lábios.- Sou muito acessível e não deixo espaço para que se aproximem mim dessa forma. Ou falam comigo sobre trabalho, ou não falam.- ela faz uma pequena pausa, olhando nos olhos dele.- Outro dia tentaram falar comigo sobre as suas aventuras amorosas... eu disse que era idiotice falar de pessoas que não sabem que existimos.- ela suspira melancólica, e se encosta na borda da banheira.

— Mas eu sei que você existe, Monica.- ele fala baixinho.

Ela não responde e deixa que ele a lave, se demorando em seus seios e em suas partes mais íntimas.

— Vá para o seu trabalho.- Ben impõe quando ela está pronta.- Eu te busco lá. É melhor.

Monica assente e se retira cabisbaixa. Do lado de fora, um táxi já está à sua espera para levá-la para o trabalho.

“—O que o fez mudar de ideia?”- Monica pensa a caminho da agência.- “Será que a nova celebridade ligou para ele enquanto eu estava trocando?”

Monica refaz mentalmente o que aconteceu depois do banho, Ben a secou, passou os medicamentos e disse que colocasse sua melhor roupa de trabalho.

“— Não me lembro de ter ouvido o telefone tocando… aliás, o telefone dele ficou no quarto quando ele desceu para a sala.”

— Chegamos, madame.- o taxista a tira de seus devaneios, assim que para em frente à Brown.- E já está pago.

Monica o agradece e sai do taxi. Chega em sua sala, sem cumprimentar ninguém nos corredores, passando de cabeça baixa, ainda pensando no que poderia ter feito Ben mudar de ideia.

Por toda a parte da manhã, ela pega seus desenhos, os analisa, mas não consegue dar continuidade. Suas colegas de trabalho, Emily e Sarah, entram em sua sala para ver seus desenhos e dar suas contribuições, mas acabam falando que Benedict Smith está com uma celebridade ainda mais bonita que a anterior, olhando um site de fofocas em seus celulares, deixando-a ainda mais triste do que já estava, tanto que até se esquece de sair para almoçar.

— Monica, venha à minha sala, por favor.- Dylan chama pelo ramal de mesa, por volta das duas da tarde, e ela se arrasta até lá, desejando ir para casa, chorar em sua cama.

— Sim, Dylan?- ela fala abrindo a porta, e seu ânimo volta, assim que vê Ben sentado na poltrona em frente à mesa de seu chefe.

— Ben vai levá-la novamente para conhecer os trabalhos de outros concorrentes. E, nos próximos dias, aguarde-o na sua casa. Ele mesmo vai avisá-la quando for o último, então você retorna no dia seguinte e faz a sua apresentação, está bem?

— Claro. Perfeito.

Apenas troque e-mails e mensagens com Emily e Sarah sobre os seus progressos e veja se há algo que elas podem acrescentar.

- Está bem. Só preciso de um minuto para pegar minhas coisas.- ela sai rapidamente da sala\, mas não percebe que Ben foi atrás dela.

— Você precisa de suas colegas para complementar seus desenhos? - ele fala a sobressaltando.

— Eles pediram que eu analisasse como contribuições que elas podem dar, então… só estou seguindo ordens.

— Entendo. Já volto.

Monica guarda rapidamente seus desenhos em sua pasta, e está prestes a sair, quando Ben e Dylan entram em sua sala.

— Você fará o projeto sozinha, Monica.- ela olha para Dylan boquiaberta.- Exigência de Ben, então, durante esses dias que estão fora, não precisa se comunicar com elas. Eu as aviso, pode deixar.

— Vamos? - Ben sorri, oferecendo o braço para que ela segure.- Eu levo sua pasta.

Eles entram em outra agência de designers de joias. Dessa vez, Ben não precisa ameaçar tirá-los do páreo, e sua nova acompanhante não telefona para ele no meio da reunião. Tudo flui tranquilamente, e eles terminam uma reunião tratando uns aos outros como amigos.

Monica sai na frente guiada por Ben, que mantém uma das mãos em suas costas, mas quando chega perto da saída, tem uma vertigem e acaba caindo. Ben consegue segurá-la antes que ela atinja o chão.

— Mônica! - ele a chama preocupado.- O que aconteceu?

— Eu… esqueci de almoçar… desculpe. - então ela desmaia.

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