Capítulo 14 Memórias

...Geórgia narrando....

Não sou o tipo de mulher confiante quando se trata de homens, me frustrei de mais nos meus relacionamentos anteriores, por esse motivo relacionamentos sérios foram banidos do meu diálogo.

A maioria dos rapazes quando se envolviam comigo era por algum tipo de interesse próprio, isso pelo peso do nome que carrego até hoje infelizmente, eu não dava um mês até eles descobrirem que eu não tinha nenhum tipo de ligação com a minha família que eles davam no pé, usando uma desculpa mais esfarrapada que outra, acabei me acostumando com isso.

Por esse motivo sempre dei mais prioridade ao meu trabalho, e não a minha vida amorosa.

Fui pega de surpresa com a visita do homem bondoso o Wallace, se bem que eu já esperava que ele viesse aqui pessoalmente por conta do ocorrido de hoje mais cedo.

Me sentir minimamente pequena perto dele, agora olhando por esse lado, ele tem um jeito grosseiro mas acho que não é proposital, eu diria que é um pouco tímido não sei ou nervosismo.

Qualquer mulher que o visse se sentiria atraída por ele logo de cara, imaginando o que aquelas mãos gigantes poderiam fazer com uma mulher pequena como eu, limpo a memória não quero me romantizar entrando em uma relação com o primeiro que aparece pela frente já passei dessa fase.

Mesmo assim contra a minha vontade, digamos que tenho um fraco por homens barbudos, aquela barba farta em seu rosto deixando suas feições ainda mais temida, aquela voz grave me deixou arrepiada, o que me chocou mesmo foi o Zeus se afeiçoar a ele um bônus pode-se dizer, que assim seja, não é do meu interesse dou esse assunto por encerrado.

Graças aos meus pais eu não tive a melhor infância, tive que sair de casa muito cedo e enfrentar o mundo abrindo mão da vida boa e luxuosa que minha família ricamente me proporcionava.

Meus pais já tinham um futuro planejado para mim, noivo arranjado que eu nunca conheci, fui contra a vontade deles e sair de casa aos 18 anos logo depois de concluir o colegial.

Sob ameaças de me deserdar, e retirando o meu nome do testamento como legítima herdeira eu teria que escolher uma vida sendo controlada por meus pais ou trilhar o meu próprio caminho.

Sem olhar para trás sair de casa, em segredo a minha tia me ajudou a arrumar um emprego, fiquei uns meses na casa dela, tive que me dobrar em duas para trabalhar e estudar tudo que eu mais queria era conseguir alcançar a minha independência financeira e não ter que depender de ninguém para ter minhas coisas.

A minha tia foi uma grande amiga, me ajudou sempre com tudo que eu precisava, a minha mãe nunca soube dessa ajuda, depois de um tempo aluguei um pequeno apê, conseguir terminar a faculdade de administração com muito esforço hoje dirijo meu próprio negócio.

Trabalhar como cerimônialista sempre foi o meu maior sonho, fui contra os princípios dos meus pais, eles sempre quiseram que eu ficasse à frente da empresa da família, como eu era filha única não tinha muita escolha, em nenhum momento eles quiseram saber se era isso que eu queria, não fui egoísta só quis correr atrás dos meus sonhos.

Ter chegado onde cheguei sem usar o nome ou o dinheiro da minha família significa muito para mim.

Aos vinte e quatro anos abrir meu próprio negócio e montei uma pequena equipe, minhas duas melhores amigas embarcaram nessa aventura comigo, desde a saída da faculdade estamos firmes e fortes construindo o nosso legado.

Aos pouco fomos conquistando uma boa clientela, no começo não foi nada fácil pensamos em desistir várias vezes, mas as dificuldades nos fizeram fortes cada vez mais.