Pecado e Sangue
A floresta era um labirinto de sombras e silêncios quebrados apenas pelo farfalhar das folhas sob os pés de Isabella. O vestido rasgado agarrava-se ao seu corpo, pegajoso de suor e medo. O ar noturno estava pesado, carregado com o cheiro de terra úmida e algo mais... algo metálico.
Sangue.
Seu coração batia como um tambor insano. Ela havia fugido da mansão. Deixado para trás as paredes cobertas de tapeçaria, os corredores onde o sussurro da morte rastejava como um fantasma invisível. Mas Dante... ele viria. Ele sempre vinha.
Um estalo.
Seu corpo se enrijeceu.
Então, a risada.
Baixa, rouca, cruel.
— Você correu, pequena.
A voz dele emergiu das sombras, fria como uma lâmina contra a pele. Ela virou-se, os olhos arregalados encontrando os dele. Os olhos de Dante brilhavam como os de um predador sob a lua minguante.
O homem avançou lentamente, um lobo faminto saboreando o momento antes do ataque. Ele vestia apenas calças escuras, o peito nu salpicado de sangue – não dela, mas de alguém que ousara interferir.
— Eu avisei para não brincar comigo.
Ela tentou correr, mas ele era mais rápido. Um puxão brutal e estava contra uma árvore, a casca áspera arranhando sua pele. A mão dele envolveu sua garganta, apertando apenas o suficiente para fazê-la arfar.
— Diga que pertence a mim.
Isabella ofegou, a mente um turbilhão de medo e algo mais sombrio... uma vontade perversa que queimava em sua carne.
Ele se inclinou, os lábios roçando sua orelha.
— Ou eu te mostro o que acontece com quem me desafia.
O vento sussurrava entre as árvores, cúmplice do que estava por vir. E no silêncio da noite, Isabella percebeu... não havia saída. Apenas ele. Apenas o pecado e o sangue.
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