O som da madeira da porta se despedaçando ecoou pelo apartamento. Itan imediatamente ergueu sua besta, mirando na criatura que acabara de invadir. Sofia, ao lado dele, apenas cruzou os braços, como se a situação não fosse com ela. Luís, ainda desacordado no chão, era o alvo mais vulnerável.
"Vai fazer alguma coisa ou vai ficar posando de herói?" Sofia perguntou, com desdém.
"Seria mais fácil se você ajudasse", Itan respondeu, sem desviar os olhos do zumbi.
"Não é minha culpa se ele não sabe se cuidar", ela retrucou, dando de ombros.
O zumbi, com olhos vermelhos brilhantes e uma postura mais ágil que o normal, avançou rapidamente. Itan disparou um virote que atingiu o ombro da criatura, fazendo-a hesitar por um instante.
"Ajude-me a tirar Luís daqui!" Itan ordenou, sem paciência para a arrogância de Sofia.
"Por quê? Ele que se vire para acordar", ela respondeu
Itan balançou Luís pelos ombros. "Acorda! Não temos tempo!"
Luís abriu os olhos lentamente, ainda confuso. "O que... aconteceu?"
"Você quase virou comida de zumbi", Sofia respondeu com sarcasmo, enquanto reforçava a barricada com uma cadeira.
"Esses móveis não vão aguentar por muito tempo", Itan alertou, recarregando sua besta e observando os golpes cada vez mais intensos na porta.
Luís, tentando se recompor, olhou ao redor do quarto. Ele percebeu uma grade de ventilação no alto da parede. Era pequena, mas poderia ser uma rota de fuga.
"Ali! O duto de ventilação!" Luís apontou.
Itan olhou para o local e assentiu. "Pode funcionar, mas será apertado. Você acha que todos conseguimos passar por ali?"
"Se ficarmos aqui, vamos morrer. É nossa única chance", Luís respondeu, começando a empilhar móveis para alcançar o duto.
Sofia revirou os olhos. "Ah, ótimo. Vamos nos enfiar em um buraco estreito e virar petiscos no meio do caminho."
"Prefere ficar e ver o que acontece?" Luís retrucou calmamente, sem se abalar pelo tom dela.
Sofia bufou. "Ok, mas se isso der errado, vou te culpar para sempre."
Enquanto Luís e Itan improvisavam uma escada com móveis, o zumbi de olhos vermelhos finalmente quebrou a barricada e avançou para dentro do quarto. Itan, sem hesitar, disparou mais um virote, atrasando a criatura por alguns segundos preciosos
"Rápido, Sofia, sobe!" Luís ordenou, ajudando-a a alcançar o duto.
Sofia entrou com dificuldade, reclamando o tempo todo. "Eu não acredito que estou fazendo isso..."
Itan foi o próximo, e Luís, antes de entrar, empurrou os móveis para dificultar o avanço do zumbi. O som das unhas da criatura raspando no metal ecoava pelo duto, mas o grupo continuou rastejando para longe.
Dentro do apertado corredor de metal, a tensão era palpável. Sofia resmungava sobre como aquilo era "a pior ideia de todas", enquanto Itan mantinha o foco, pronto para alertar ao menor sinal de perigo.
Luís, no final da fila, se forçava a manter a calma. Ele sabia que, se quisessem sobreviver, precisariam encontrar uma saída rápida daquele labirinto metálico.